ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Por ordem da Justiça, cem homens da Polícia Civil de São Paulo cumpriram nesta terça-feira 30 mandados de busca e apreensão contra pessoas investigadas sob suspeita de integrar um esquema de desvio de verba pública da Secretaria de Cultura e Turismo de Taboão da Serra (Grande São Paulo).
A casa da vice-prefeita da cidade, a professora Márcia Regina da Silva (PT), e seu gabinete na Secretaria da Cultura e Turismo --ela acumula os dois cargos--, foram 2 dos 30 locais vistoriados pelos policiais civis da Delegacia Seccional de Taboão da Serra.
Em todos os locais, os policiais civis apreenderam computadores e documentos. O material agora será enviado para perícia.
As buscas e apreensões desta terça-feira são parte de um dos 20 inquéritos policiais instaurados pela Polícia Civil para investigar possíveis crimes contra a administração pública em Taboão da Serra. Essa foi quarta parte da chamada Operação Cleptomania, que visa combater possíveis crimes na cidade.
De acordo com informações obtidas pela Folha, já que a investigação sobre a Secretaria da Cultura e Turismo está sob sigilo e os policiais não podem se manifestar sobre as apurações, a pasta é suspeita de usar notas fiscais falsas para justificar gastos mensais com três entidades que recebem apoio do poder público municipal: a Liga das Escolas de Samba de Taboão da Serra e as ONGs "Fique Vivo" e "PH4 Elementos". A reportagem não localizou nenhum dos responsáveis pelas entidades não governamentais.
A suspeita é a de que as entidades recebiam cerca de R$ 100 mil mensais da Secretaria da Cultura e Turismo de Taboão da Serra. Até agora, o possível rombo causado aos cofres públicos pelos desvios chega a R$ 1,8 milhão.
O prefeito de Taboão da Serra, o médico Evilásio Cavalcante Farias (PSB), disse não poder falar com a reportagem nesta terça-feira.
A vice-prefeita e secretária da Cultura e Turismo de Taboão, Márcia Regina, disse todos os convênios que são alvo da operação da Polícia Civil foram firmados e são mantidos dentro do que a lei exige e com transparência.
"Não é do meu conhecimento", disse a vice-prefeita ao ser questionada sobre uma possível utilização de notas fiscais falsas para justificar o uso de verba pública nas três entidades atendidas por convênios com a Prefeitura de Taboão.
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