Sindicato registra 300 agressões até julho



O Estado de S. Paulo, 23/09


Para presidente da Apeoesp, violência nas escolas se generalizou e já não há um perfil do estudante agressor
Os casos de agressão a professores nas escolas públicas paulistas têm crescido entre 30% e 40% por semestre nos últimos três anos, segundo o Observatório da Violência do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp). Só de janeiro a julho foram mais de 300 casos de agressão física ou verbal a docentes em aulas. Segundo a presidente do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha, a violência nas escolas se generalizou e já não há um perfil do aluno agressor. "Semana passada, um menino de 6 anos bateu em um professor de uma escola em Diadema. O acúmulo de funções faz o docente estar mais exposto a conflitos", avalia.
A presidente afirmou ainda que 70% dos professores que sofrem de estresse foram vítimas de algum tipo de agressão por parte dos alunos. Segundo ela, muitos chegam a pedir transferência por se sentirem desmoralizados nas escolas e nem todos registram ocorrência por medo de perseguições.
Realengo
Para a prefeitura de São Caetano, mesmo que se tivesse reforçado a segurança realizada nas escolas da rede o crime teria acontecido. "Poderia haver 50 GCMs cuidando do local. Crimes como esse, com armas vindo de fora da escola, só vão ser impedidos quando mudarmos a legislação para permitir revista de alunos e uso de detectores de metal", disse o secretário municipal de Segurança, Moacyr Rodrigues.
Essa mudança de postura passou a ser cogitada após o caso Realengo, quando um ex-aluno entrou armado em uma escola do Rio e matou 12 crianças.  Em São Caetano, as escolas não têm detectores nem revista dos que entram e saem das salas de aula, mas há câmeras de segurança nas áreas comuns. Como D. se matou perto do pátio, a prefeitura acredita que a ação tenha sido gravada pelo circuito da escola. As imagens poderão ser anexadas ao inquérito policial aberto ontem. Hoje, a escola cancelou todas as aulas. 

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