30/09/2011

Sorocaba: Professores sinalizam que rejeitarão 13%



O índice deve ser apresentado hoje pela Prefeitura às educadoras PEB-1

Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

Os professores municipais de 1ª a 5ª séries do ensino fundamental de Sorocaba aguardam para hoje a resposta da equipe do prefeito Vitor Lippi (PSDB) para convocar uma assembleia e decidir se aceitam ou paralisam as atividades. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) informa que tem autonomia para também representar os professores municipais e se a classe optar pela greve mas o Sindicato dos Servidores Municipais discordar, a Apeoesp está disposta a representá-la junto ao Ministério Público do Trabalho. Uma das líderes dos professores, Margarete Pedroso, disse que em conversa prévia com a secretaria de Lippi, foi informada que a equipe trabalha para tentar programar um reajuste de 13% durante o ano de 2012. A Prefeitura comprometeu-se com os professores a informar hoje qual será o percentual. Hoje é o último dia para que Lippi envie à Câmara o projeto de lei do orçamento de 2012, que estipula as receitas e despesas, entre elas os gastos com pessoal, durante o próximo ano.

Ontem a noite foi promovida na Câmara Municipal mais uma audiência convocada pelo vereador Marinho Marte (PPS) para discutir o tema. Nenhum representante da Prefeitura ou do Sindicato dos Servidores compareceu, enquanto mais uma vez os professores lotaram a Câmara. A diretora da Associação dos Professores e Auxiliares de Educação do Município de Sorocaba (Aspams), Margarete Pedroso, disse que a equipe do prefeito Lippi trabalha para tentar ofertar 13% de reajuste, conforme teriam dito a ela na tarde de ontem, os secretários municipais Silvana Chinelatto, da Gestão de Pessoas e Paulo Mendes, do Governo e Relações Institucionais. Margarete afirma que a secretária Silvana Chinelatto comprometeu-se a voltar a falar com ela hoje para informar o reajuste que a Prefeitura conseguirá chegar em reunião com o Sindicato dos Servidores.

Quando Margarete expôs que a Prefeitura trabalha para tentar ofertar 13%, a maioria dos mais de 500 professores presente na audiência pública começou a gritar "paralisação". A categoria reivindica a equiparação com o salário dos profissionais que lecionam a partir da sexta série do ensino fundamental. Para que haja a equiparação é preciso haver um reajuste de 43%. Hoje os professores municipais com a função de PEB1, que dão aula para até a quinta série, recebem R$ 11,09 por hora aula enquanto os profissionais PEB2, a partir da 6ª série, são remunerados em R$ 15,80 por hora aula.

A líder do movimento pela equiparação, Maria Cristina de Deus Pires, disse que a reivindicação feita há quase três anos já chegou ao limite da discussão. Para ela, está na hora de decidir se a Prefeitura cumpre a obrigação de equiparar, se paralisam ou se vão discutir judicialmente. "Não cabe mais dizer que vai formar comissões para discutir mais nada", declarou. O coordenador da Apeoesp em Sorocaba, Alexandre Tardelli Genesi, disse que a presença da Apeoesp na audiência também visava representar os professores municipais junto ao Ministério do Trabalho, caso o encontro na Câmara transformasse em uma assembleia e os professores optassem pela paralisação.

A diretora da Aspams, Margarete Pedroso, afirmou que uma assembleia para consultar os professores deve ocorrer na próxima semana. Declarou que aguardará até hoje para saber o quanto a Prefeitura ofertará e depois agendará a assembleia para consultar os demais professores. Mais uma vez o Sindicato dos Servidores foi acusado de não representar a categoria. Para uma das explicações enviadas por escrito para justificar a ausência de algum representante do Sindicato dos Servidores, os professores responderam em coro: "pelego! pelego!". Vereadores e líderes de outros sindicatos também criticaram a ausência de representantes sindicais dos servidores. Além do presidente Marinho Marte, na audiência de ontem estiveram presentes outros quatro vereadores: Anselmo Neto (PP), Izídio de Brito (PT), José Crespo (DEM) e Vitor do Super José (sem partido). A audiência teve início às 19h30 e terminou após as 23h.
 
Creche x Equiparação 
A declaração do prefeito Vitor Lippi de que para equiparar os salários dos professores teria que deixar de construir creches causou grande indignação na classe. Os professores acusam o prefeito de investir recursos em compras de kits de cadernos desnecessariamente personalizados, além de outros gastos que consideram sem tanta importância. O vereador Caldini Crespo disse que essa foi uma forma encontrada por Lippi para chantagear os professores. A líder do movimento pela equiparação, Maria de Deus, declarou que as palavras de Lippi foram revoltantes e ela nunca esperava ouvir isso dele. "Foi uma ação muito negligente porque é uma forma de colocar a população contra a classe", declarou sobre o fato do prefeito ter dito que precisaria deixar de construir creches.

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