do Agora
A dona de casa Lilian dos Santos de Paula, 27 anos, teve de percorrer 24 km e ir a três postos de saúde e a dois hospitais na zona norte de São Paulo para conseguir retirar os pontos da cesárea que havia feito no dia 8 de outubro.
Seu bebê, uma menina, Kethenly, nasceu na Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, e os pontos da cirurgia deveriam ter sido removidos no dia 17, nove dias após o parto. Porém, só ontem foram retirados.
Nos últimos sete dias, mesmo sem poder fazer esforço ou caminhar por longas distâncias, a paciente andou quase 7 km para ir a quatro postos de saúde da região da Brasilândia.
Em nenhum deles o procedimento foi feito por falta de bisturi, segundo informaram os funcionários das unidades. O instrumento, descartável, custa, em média, R$ 1,50. "É uma humilhação ter que passar por tudo isso. Os pontos me machucam muito", disse Lilian.
No dia 18 de outubro, com o bebê nos braços e na companhia da filha de nove anos, Lilian subiu ladeiras íngremes para chegar à UBS Jardim Icaraí debaixo de um sol forte.
Depois de caminhar por 20 minutos, foi informada de que não havia bisturi nem previsão de quando o equipamento chegaria. Com dores, voltou para casa.
Resposta
A Secretaria Municipal da Saúde informou que os pontos de cesariana podem ser retirados em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde) e que determinou um levantamento do caso da paciente citada pela reportagem.
Além disso, a pasta disse que não há motivo para a falta de lâmina de bisturi, já que o almoxarifado central encontra-se abastecido do material.
Segundo a prefeitura, foi feita a reposição nas unidades de saúde citadas e será averiguada a razão da falta de bisturi. A secretaria não soube informar o motivo pelo qual a paciente não teve o procedimento realizado no pronto-socorro da Freguesia do Ó e na Maternidade Vila Nova Cachoeirinha
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