Folha de S.Paulo
Brasília -- O Ministério Público Federal prepara-se para abrir um inquérito criminal para investigar a atuação do ex-ministro Antonio Palocci como consultor de empresas.
Procuradores que analisam o caso informaram a Procuradoria-Geral da República de sua intenção e relataram que encontraram "fatos novos" ao examinar os negócios particulares de Palocci.
Palocci faturou R$ 20 milhões com sua empresa de consultoria em 2010, quando exercia o mandato de deputado federal e chefiou a campanha que levou Dilma Rousseff (PT) ao Planalto.
Seus negócios foram revelados pelo jornal "Folha de S.Paulo" em maio, abrindo uma crise que levou à sua demissão em junho. Palocci chefiava a Casa Civil e foi o ministro mais influente da largada do governo Dilma.
O episódio marcou o início de uma série de mudanças promovidas por Dilma no primeiro escalão de sua equipe. A presidente substituiu mais quatro ministros, três deles envolvidos em escândalos.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que dará sinal verde para que os procuradores abram o inquérito criminal. Gurgel havia engavetado o pedido numa primeira consulta. À época, ele alegou não haver indícios de crime no caso.
O Ministério Público Federal teve acesso à lista completa de clientes da Projeto, além de informações fiscais da empresa.
Resposta
O advogado do ex-ministro Antonio Palocci, José Roberto Batochio, afirmou que acompanha, desde o início, as investigações do Ministério Público Federal na área cível e que não existe nenhum fato novo que justifique um outro inquérito na área criminal.
"É mais do mesmo. O que o procurador diz que encontrou de fato novo já está abrangido na decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pelo arquivamento [de abertura de inquérito]."
A reportagem procurou Palocci, mas foi orientada a falar com sua assessoria que, por sua vez, direcionou a reportagem ao advogado.
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