foto gilson hanashiro/rede bom dia
MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
DE CAMPINAS
Quase 50 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual sob acusação de formação de quadrilha, a partir de investigação sobre fraudes em plantões e em licitações do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (99 km de São Paulo).
Nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil encerrou o primeiro inquérito aberto para apurar o esquema, em que médicos recebiam por plantões que não davam. Segundo o delegado Rodrigo Ayres da Silva, que presidiu a investigação, 49 nomes foram indiciados, mas um dos médicos conseguiu comprovar que realizou os plantões, por isso não entrou na denúncia do Ministério Público.
Entre os indiciados está o ex-secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo Jorge Roberto Pagura. Médico neurocirurgião, ele foi denunciado sob acusação de formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Segundo a Polícia Civil, ele ainda pode ser alvo de investigação pelo Ministério Público Federal por peculato --desvio de verba por funcionário público.
De acordo com o delegado, por meio de depoimentos e análise de documentos foi possível comprovar as ausências de Pagura. "Ele deveria comparecer por 20 horas semanais, mas nunca esteve em Sorocaba. Está comprovado que era um funcionário fantasma", afirmou.
Para a Polícia Civil, a lista de presença dos plantões chegou a ser enviada a São Paulo, onde era assinada e retornava ao hospital. No dia 11 de dezembro de 2010, por exemplo, Pagura assinou a lista de presença, mas, segundo a investigação, ele estava no Rio de Janeiro assistindo a um campeonato de pólo aquático.
Em junho deste ano, 12 pessoas chegaram a ser presas temporariamente e liberadas dias depois. Pagura não foi preso, mas deixou o governo. O ex-diretor do hospital Ricardo Salim foi denunciado sob acusação de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e corrupção passiva.
OUTRO LADO
O advogado do ex-secretário, Frederico Crissiúma de Figueiredo, afirmou que ele prestava serviços de assessoria em projetos para o hospital, e não atuava como médico. Por isso, diz o advogado, ele não precisava cumprir expediente no local nem fazia plantões extras.
Figueiredo diz ainda que as investigações contra Pagura não têm validade, porque um juiz de primeira instância não poderia ter determinado a quebra de sigilo telefônico de um secretário estadual. O advogado declarou que pretende tomar medidas para anular a investigação.
Segundo o delegado, a investigação se ateve à conduta de Pagura enquanto médico, não como secretário. "Nenhum ato dele a partir de janeiro de 2011 foi analisado", afirmou.
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