03/10/2011

SP já tem rua com mais motos que carros no horário de pico

Motos se acumulam entre os carros na zona oeste
Folha de S.Paulo
Embora as motos sejam só 12,8% da frota cadastrada no Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito), já existem ruas da capital nas quais elas superam a quantidade de carros nos picos.
Esse cenário foi contabilizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em pelo menos três pontos: estrada de Itapecerica (zona sul), Estevão de Carvalho e rua Conde de Frontin (estas duas últimas vias, como parte do eixo da Radial Leste).
Os dados inéditos fazem parte de uma contagem veicular em dias típicos realizada pelo órgão em 2010 abrangendo 28 rotas e 59 vias da cidade de São Paulo.
Na estrada de Itapecerica, das 7h às 10h, no sentido centro, as motos somaram até 49,2% do tráfego. No pico da manhã, a média foi de 2.623 motocicletas, 2.214 carros, 405 ônibus, 75 caminhões e 18 fretados.
No mesmo sentido e hora, a constatação foi oposta na avenida Professor Fonseca Rodrigues, em Alto de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste: as motos não alcançaram nem 5% do fluxo.
Para Ricardo de Oliveira Laiza, superintendente de planejamento da CET, a concentração de motos nos corredores de ligação da periferia com o centro reflete a expansão dessa opção de deslocamento na população de renda mais baixa. "É a moto usada para ir ao trabalho, e não para entrega", diz.
O especialista Luís Antônio Seraphim aponta que as vias em que as motos predominam são pontos "saturados", onde os automóveis param e só elas conseguem trafegar. "Significa que as motos passam entre os carros, ou seja, onde não deveriam", diz.
O tráfego nesses corredores estreitos é causa de 35% dos acidentes fatais com motos na cidade de São Paulo, conforme dados da CET.

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