Demissões começaram após irregularidades descobertas há quatro meses.
Hoje, vítimas de acidentes esperam horas por atendimento.
Nesta terça-feira (29), quatro trabalhadores que se envolveram em acidente em uma rodovia de Sorocaba, interior de São Paulo, ficaram sem atendimento. As ambulâncias levaram os homens para o Hospital Regional, mas, quando chegaram, não havia médicos. Os socorristas do Samu - Serviço de Atendimento Médico de Urgência, chamaram a polícia e registraram um boletim de ocorrência de preservação de direitos.
Dois dos quatro feridos que tiveram de esperar por atendimento no Hospital Regional foram levados para um hospital particular. Os outros dois foram atendidos no próprio Conjunto Hospitalar.
A paciente Nilda da Silva Santos, que também integra o Conselho de Saúde, confirmou ao TEM Notícias que faltam médicos e que há poucos infectologistas trabalhando no local. Já a direção disse que o problema foi pontual - um erro na escala que foi corrigido ainda pela manhã. Mas a verdade é que a situação é ainda pior e difícil de contornar: muitos médicos estão pedindo demissão. Só na última semana, foram quatro.
Os pedidos de demissão começaram em julho, quando o hospital sofreu uma intervenção depois das denúncias de que alguns profissionais recebiam sem trabalhar. Na época, o Hospital Regional tinha 450 médicos. De lá para cá, 50 já pediram para sair.
O diretor do Conjunto Hospitalar, Luís Cláudio de Azevedo, disse que está difícil recompor o quadro de especialistas. “A única forma que nós temos de contrato, atualmente, é o concurso público, que leva um tempo e tem todos os seus trâmites. Não é um evento imediato”. Luís Cláudio acrescentou que está reabrindo o concurso e que isso tende a melhorar e normalizar ao longo de 2012.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde confirma a falta de profissionais no setor de infectologia. Alguns profissionais pediram demissão e a agenda de atendimento foi reduzida. Ainda de acordo com a assessoria, os pacientes de Sorocaba estão sendo encaminhados para o serviço municipal, mas o atendimento de pessoas de outras cidades continua sendo realizado no Conjunto Hospitalar.
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