Foto: DIVULGAÇÃO
As irregularidades no contrato de inspeção veicular de São Paulo, que causaram prejuízo de R$ 1 bilhão e podem levar Gilberto Kassab a responder criminalmente, caminhavam para se espalhar por pelo menos mais 124 municípios paulistas
247 – A fraude nos contratos de inspeção veicular
pode levar o prefeito Gilberto Kassab à cadeia. É o que diz o
Ministério Público de São Paulo, que vê indícios de participação do
criador do PSD na fraude de um documento que permitiu o resgate do
contrato da prefeitura com a Controlar, responsável pela inspeção
veicular na capital paulista desde 1995, ainda na gestão Paulo Maluf. O
Ministério Público alega que o contrato da inspeção da frota de
automóveis provocou uma fraude bilionária que pode superar R$ 1,05
bilhão.
Kassab já teve os bens bloqueados pela Justiça na sexta-feira e a
prefeitura recebeu a ordem de organizar nova licitação para a inspeção
veicular em 90 dias. Por enquanto, o prefeito responde a acusações por
improbidade administrativa, o que pode lhe render a perda do mandato.
Já na área criminal, Kassab responderia pela lei de licitações, podendo
pegar de dois a quatro anos de prisão.
Como se não bastasse, mesmo apresentando indícios de
irregularidade há anos, o modelo de inspeção veicular da capital
paulista caminhava para se espalhar por todo o estado de São Paulo. A
expansão para outros municípios tramita na Assembleia Legislativa desde
a gestão de José Serra e contava com o entusiasmo de deputados e
secretários de governo para entrar na pauta de votações. Segundo a
Folha de S.Paulo, a proposta recebeu 18 emendas e levaria de forma
imediata a verificação de poluentes emitidos por veículos para 124
municípios.
Denúncia
Os promotores Roberto de Almeida Costa e Marcelo Daneluzzi
acreditam que Kassab cometeu crime ao participar na fraude de um
documento essencial na retomada do contrato com a Controlar. A suspeita
é baseada no depoimento de Regina Fernandes de Barros, diretora do
Departamento de Controle da Qualidade Ambiental (Decont), segundo quem
um assessor direto de Kassab lhe entregou uma nota técnica que
legalizava a retomada do contrato em 2008. Antes disso, o Decont tinha
se posicionado contra a retomada do contrato, por identificar
irregularidades.
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