Artur Rodrigues e Aline Mazzo
do Agora
Escondidas debaixo de uma casca de concreto, ainda persistem pelo menos cinco escolas de lata da rede estadual na capital. Alunos dizem sofrer com barulho, temperaturas extremas e mau estado de conservação das unidades. A Promotoria investiga a situação.
Os alunos da Escola Estadual Fazenda do Carmo 3, em Guaianases (zona leste de SP), afirmam que a unidade, de lata por dentro, está deteriorada.
"A parede está quase caindo, não pode encostar que treme tudo. Também está enferrujada e faltando parafusos", afirma a estudante Bianca, 14 anos.
A unidade foi reformada em 2007, porém o concreto ficou só do lado de fora, dizem os alunos. O telhado e as paredes do segundo pavimento, onde ficam as salas, são de metal. Os jovens reclamam que o chão, feito de madeira, está afundando.
Resposta
Governo diz que gastará R$ 720 mil em reforma A Secretaria de Estado da Educação afirma que vai gastar R$ 720 mil em reformas na Escola Estadual Fazenda do Carmo 3. A empresa escolhida, em processo de contratação, recuperará piso, forro e muro --alguns problemas causados por vândalos.
A pasta informou que, em 2007, reformou a escola, que tem padrão chamado de "Nakamura", com revisão da cobertura para material com isolamento de calor e de barulho e execução de paredes divisórias em alvenaria.
Na Escola Estadual Waldir Rodolpho de Castro, na zona sul, foram feitas obras de melhoria do conforto ambiental das salas, como cobertura térmica, painel de vedação com alvenaria e painel de concreto. O gasto, em 2007, foi de R$ 515 mil.
Nas escolas estaduais Loteamento Gaivotas 1, 2 e 3, foram realizadas as mesmas intervenções, com gastos de R$ 367 mil, R$ 500 mil e R$ 535 mil, respectivamente.
A pasta afirma que as salas de lata foram eliminadas em 2004. "A mídia voltou a utilizar o termo 'de lata' para as salas/prédios Nakamura, estigmatizando, indevidamente, esse tipo de construção", diz a nota
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