Folha de S.Paulo
O Palácio do Planalto alertou e cobrou medidas do ministro Carlos Lupi (Trabalho) contra as acusações de irregularidades em convênios firmados pela pasta com ONGs.
"A gente fez um alerta de que era preciso cuidado porque não era possível continuar com essa política [em relação aos convênios com as ONGs]", disse o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), segundo quem a conversa ocorreu há cerca de um mês.
"A gente fez um alerta geral na época e ele assegurou que o que precisava ter sido feito foi feito", diz Carvalho.
Foi após essa conversa que Marcelo Panella, então chefe de gabinete de Lupi e tesoureiro do PDT, foi afastado da pasta por suposto envolvimento nas denúncias. Panella afirma que deixou o cargo por motivos pessoais e que nunca cuidou de liberação de recursos para ONGs.
Reportagem da revista Veja desta semana afirma que assessores do ministro teriam pedido propina a ONGs, entre elas o Instituto Êpa, do Rio Grande do Norte.
Anteontem, Carvalho voltou a conversar com Lupi. Disse que orientou o colega a se defender. "A nossa expectativa é que haja um roteiro diferente desta vez", afirmou Carvalho.
Sobre as suspeitas contra o Ministério do Trabalho, até o momento, a avaliação do Planalto é que não há fato que atinja diretamente Lupi.
Foi seguindo orientação do Planalto que o ministro decidiu anteontem afastar o coordenador-geral de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos, citado pela Veja como um dos que pediam propina para o Instituto Êpa.
A reportagem tentou localizar Santos desde sábado, mas não conseguiu contato. Os dirigentes da ONG também não foram encontrados.
Lupi afirmou ontem que em 2011 não fechou nenhum convênio com ONGs e que os contratos em vigor são de anos anteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário