O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), chorou ao discursar durante evento nesta sexta-feira (25), em Salvador, e disse que pode deixar o cargo se sua permanência causar desconforto à presidente Dilma Rousseff.
O ministro baiano negou as irregularidades e atribuiu as denúncias ao fogo amigo de partidos aliados e também à discriminação contra nordestinos.
Antonio Saturnino/Correio da Bahia | ||
Ministro das Cidades, Mário Negromonte, chora em evento do governo em Salvador, na Bahia |
A pasta virou alvo de suspeitas de irregularidades no processo de mudança do modal de transporte de Cuiabá, uma das sedes da Copa de 2014.
Em MT, houve substituição de um parecer técnico favorável ao BRT (ônibus em corredores exclusivos) por outro defendendo o veículo leve sobre trilhos, o que encareceu o projeto, conforme noticiou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo".
Durante evento do Minha Casa Minha Vida, em Salvador, ele recebeu apoio de políticos baianos e ficou com a voz embargada e lacrimejou ao citá-los no discurso.
"Não vou ficar de joelho para ninguém, não tenho apego a cargo, estou honrado em fazer esse trabalho. Se eu sentir que ela [a presidente] não me quer, vou lá e entrego o cargo, mas até agora nunca sinalizou", disse em entrevista à imprensa.
Ele contou que recebeu um telefonema do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) tranquilizando-o porque a presidente conhece os trâmites para a definição de projetos para obras da Copa.
Negromonte negou que haja irregularidades no projeto, que ainda nem foi licitado, e disse que mandou instaurar uma sindicância para apurar se os servidores agiram ilegalmente no processo de alteração do modal de Cuiabá.
"Não vou prejulgar, não vou culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apurar se houve falha ou erro. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém", afirmou.
Negromonte atribuiu as denúncias ao fogo amigo de legendas aliadas que têm interesses contrariados pelo Ministério das Cidades.
"Aqui e acolá tem meia dúzia da bancada insatisfeitos. Partidos da base aliada que têm interesse no ministério. É um ministério que contraria muito interesse", disse, citando os R$ 230 bilhões que a pasta gere em seus principais programas.
Ele também afirmou que a imprensa busca "bater nos ministros para enfraquecer o governo" de Dilma Rousseff. "É uma mulher, existe discriminação. Também existe discriminação contra nordestino", disse.
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