FABIO SERAPIÃO
Presa durante uma operação do Ministério Público, a primeira-dama de Limeira, Constância Berbert Dutra da Silva, era funcionária da Assembleia Legislativa. A mulher do prefeito Sílvio Félix (PDT) era chefe de gabinete na 4ª vice-presidência da Casa, ocupada pelo também pedetista Rafael Silva. Investigada por suspeita de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal, furto qualificado e falsidade ideológica, Constância foi presa em sua residência, na manhã de ontem, no município a cerca de 150km da capital.
No total, 15 mandados de prisão foram expedidos e 10 pessoas acabaram presas ontem. Entre os detidos, estão também os dois filhos do prefeito com Constância. Um deles, Maurício Félix, estava em Piracicaba; o outro, Murilo Félix, em São Paulo.
Realizada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), a ação teve o apoio de oficiais da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) da capital e visava desmantelar uma quadrilha que teria lavado, segundo a Promotoria, em torno de R$ 20 milhões em Limeira. O dinheiro teria sido utilizado para a compra de imóveis superfaturados e, de acordo com o MP, o objetivo é descobrir de onde saíram os valores.
Além dos familiares do prefeito, foram encaminhados à Delegacia Seccional da cidade o assessor político da prefeitura Carlos Pinheiro; as irmãs da primeira-dama, Verônica Dutra Amador e Lucimar Berbert Dutra; o empresário Carlos Roberto de Sousa Garcia; o contador do prefeito, Daniel Gomes da Silva; Lucélia Baliani, suspeita de ser “laranja” do suposto esquema; e mais duas pessoas, Isaias Ribeiro e Maria de Sousa.
Ao longo do dia, a operação coordenada pelo MP ainda apreendeu diversos documentos, computadores e pertences nas residências dos presos.
Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Rafael Silva informou que, logo após ser informado da prisão, encaminhou ao secretário geral de administração da Assembleia um “memorando solicitando providências no sentido de exonerar Constância Berbert Dutra da Silva”. A exoneração deve ser publicada hoje.
Já o prefeito de Limeira, após as prisões, convocou entrevista na qual afirmou desconhecer os motivos da ação e garantiu que os fatos ocorridos com sua família serão esclarecidos. Depois, em nota, classificou como desnecessárias as prisões.
Rio Preto
O Ministério Público determinou abertura de inquérito policial para apurar a suposta existência de esquema de corrupção na Câmara Municipal de São José do Rio Preto. A denúncia foi feita pelo vereador Marco Rillo (PT).
Segundo ele, o esquema funcionaria com o pagamento de propinas a vereadores para aprovação de projetos autorizando a expansão do perímetro urbano do município, para exploração imobiliária. Não há, porém, provas do suposto pagamento de propina até o momento.
COLABOROU CHICO SIQUEIRA
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