Indiciado pela PF, ex-presidente do Grupo Silvio Santos diz que culpa por fraude em banco é de Rafael Palladino e Wilson de Aro
Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O empresário e advogado Luiz Sebastião Sandoval, ex-braço direito do apresentador de TV Silvio Santos, atribuiu ontem a Rafael Palladino e a Wilson Roberto de Aro a responsabilidade pelas fraudes que provocaram rombo de R$ 4,3 bilhões no Banco Panamericano.
Interrogado na Polícia Federal - que o indiciou criminalmente por formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e falsas informações sobre a situação do banco -, Sandoval negou a prática de atos de gestão do Panamericano. Palladino era diretor-presidente do banco e Aro, o diretor financeiro.
Eles negam participação em desvios. "Eu presidia o conselho de administração do banco", disse Sandoval. "O conselho cuida de decisões estratégicas, não pratica atos do dia a dia. Eu não era e nunca fui gestor do banco. Por lei, é vedada ao presidente do conselho a prática de atos de gestão do banco. Eu era presidente da holding (Silvio Santos), tinha 12 mil funcionários."
O delegado Milton Fornazari Junior, que preside o inquérito do caso Panamericano, questionou Sandoval sobre quem promoveu operações que levaram à quebra do banco. "O Aro. O Palladino eu deduzo porque o Aro não fazia nada sem a ordem dele. O Aro confessou para mim."
Foi o segundo relato de Sandoval à PF. No primeiro, em dezembro, ele já havia afirmado que Aro "assumiu para si a responsabilidade do procedimento ilegal". Ontem, orientado por seus advogados, os criminalistas Alberto Zacharias Toron e Flávia Pierro Tennenbaum, ele não se esquivou de nenhuma pergunta do delegado. Respondeu uma a uma todas as indagações - ao contrário de Palladino que, segunda-feira, ficou calado.
Interrogado na Polícia Federal - que o indiciou criminalmente por formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e falsas informações sobre a situação do banco -, Sandoval negou a prática de atos de gestão do Panamericano. Palladino era diretor-presidente do banco e Aro, o diretor financeiro.
Eles negam participação em desvios. "Eu presidia o conselho de administração do banco", disse Sandoval. "O conselho cuida de decisões estratégicas, não pratica atos do dia a dia. Eu não era e nunca fui gestor do banco. Por lei, é vedada ao presidente do conselho a prática de atos de gestão do banco. Eu era presidente da holding (Silvio Santos), tinha 12 mil funcionários."
O delegado Milton Fornazari Junior, que preside o inquérito do caso Panamericano, questionou Sandoval sobre quem promoveu operações que levaram à quebra do banco. "O Aro. O Palladino eu deduzo porque o Aro não fazia nada sem a ordem dele. O Aro confessou para mim."
Foi o segundo relato de Sandoval à PF. No primeiro, em dezembro, ele já havia afirmado que Aro "assumiu para si a responsabilidade do procedimento ilegal". Ontem, orientado por seus advogados, os criminalistas Alberto Zacharias Toron e Flávia Pierro Tennenbaum, ele não se esquivou de nenhuma pergunta do delegado. Respondeu uma a uma todas as indagações - ao contrário de Palladino que, segunda-feira, ficou calado.
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A PF quis saber de Sandoval sobre os pagamentos de bônus e gratificações sem amparo da Assembleia Geral do banco. "A holding tinha uma norma de mais de 30 anos. Recebia o balanço consolidado das empresas do grupo, 10% do lucro era dividido entre diretores e funcionários. Mas nem sempre distribuíamos os 10% integralmente. Uma parcela ficava preservada."
Gratificações
O delegado Fornazari perguntou se ele poderia autorizar as gratificações. "Podia sim, com esse valor remanescente do bônus que não havíamos utilizado."
A PF quis saber sobre o que "foi feito" com o dinheiro da venda de 37,5% das ações. Sandoval disse que R$ 80 milhões foram destinados "ao controlador Silvio Santos, em razão de dividendos". Segundo ele, "o restante foi para pagamento de dívidas com empresas que não faziam parte da divisão financeira do grupo, mas que eram acionistas do banco".Sobre a operação com a Caixa Econômica Federal, o delegado indagou enfaticamente se algum agente público recebeu dinheiro. "Ninguém", respondeu.
Sandoval afastou qualquer suspeita sobre Silvio Santos. "Ele administra só o SBT."
Ele explicou a venda de um terreno. A PF suspeitava que a transação era, na verdade, para lavagem de dinheiro ilícito e chegou a pedir a prisão preventiva de Sandoval - o juiz Douglas Camarinha Gonzales, da 6.ª Vara Criminal Federal, negou o pedido da PF.
O ex-presidente do conselho do banco disse que adquiriu o terreno "muito antes dessa história (rombo do Panamericano)". Um inquilino construiu um prédio no terreno, sem nenhuma participação sua.
‘Eu me sinto injustiçado’
O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o ex-presidente do Conselho de Administração do Banco Panamericano, Luiz Sandoval, considera "muito importante" o fato de a Polícia Federal não ter indiciado seu cliente por crime de lavagem de dinheiro. Mas classificou de contraditório" o indiciamento de Sandoval por gestão fraudulenta.
"Embora afirme expressamente, em alto e bom som, que não há provas de que Sandoval tenha participado das fraudes, desse inchaço de capital, a autoridade policial, contraditoriamente, o indiciou por quadrilha e dois outros crimes da lei do colarinho branco. Esperamos que isso não prevaleça na Justiça. Ele (Sandoval) não geria o banco, isso está
absolutamente comprovado."
À saída da PF, após quase três horas de depoimento, Sandoval declarou: "Eu me sinto injustiçado."
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