Pintora é morta por assaltante


LUÍSA ALCALDE
Inicialmente, o tiro que matou a artista plástica Norma Lucia Costa Henriques, de 62 anos, na noite de domingo, foi confundido pelos vizinhos dela, na Rua Guaraiuva, Brooklin, zona sul da capital, com o barulho de rojões. Todos pensaram que eram torcedores do Corinthians comemorando o título do Campeonato Brasileiro.
Segundos depois do estampido, por volta das 23h30, no entanto, eles correram para fora de suas casas e viram Norma caída no chão. O carro dela, um Ford Escort, estava aberto e parado com as luzes acesas, na entrada da garagem da casa onde a artista plástica morava com a mãe, de 85 anos.
Norma havia parado o carro em cima da calçada para entrar na garagem, abriu o portão e quando voltava ao veículo foi abordada por um homem armado que saiu de um carro escuro tipo sedan e anunciou o assalto. Outro criminoso ficou ao volante do veículo.
Segundo o registro policial, o assaltante teria mostrado uma arma e levado algum objeto pessoal da vítima, não discriminado no boletim de ocorrência.
No momento em que o bandido voltava para o carro que o aguardava, Norma correu para alcançá-lo. O criminoso virou e disparou. A artista plástica foi atingida no ombro esquerdo. O projétil – não encontrada pela perícia – saiu pelo lado direito do tórax de Norma. A polícia não localizou nenhuma testemunha que tenha anotado as placas do carro dos criminosos. Apresentando sinais vitais, Norma ainda foi levada em uma ambulância ao Hospital Santa Paula, onde morreu.
Na opinião do delegado Armando Roberto Bellio, titular do 27.º Distrito Policial (Campo Belo), onde o caso foi registrado, a atitude de Norma, de ter reagido ao assalto, é sempre uma “temeridade”.
A ação dos bandidos foi gravada por câmeras de vigilância de uma casa em frente à da artista plástica. Embora as imagens não estejam nítidas, foram entregues para a polícia.
No trecho da rua onde ocorreu o latrocínio há pelo menos cinco imóveis que gravam cenas ocorridas do lado de fora das casas, por meio de câmeras de sistemas de segurança eletrônico.
Norma é do Mato Grosso do Sul e era solteira. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
De acordo com vizinhos, a primeira pessoa a encontrar a artista plástica baleada foi um homem, não identificado, que mora de aluguel em um quarto nos fundos da casa da vítima há alguns meses.
Para aumentar o orçamento doméstico, Norma alugava o espaço. Uma vizinha contou que entregou para ele o celular da vítima, que foi encontrado caído no asfalto. Com o aparelho, o homem conseguiu localizar parentes de Norma e avisá-los sobre o crime. A mãe da artista plástica só soube da morte da filha ontem, contaram os vizinhos.

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