Presos pagaram propina por regalias, aponta investigação

Léo Arcoverde
do Agora

Investigação da Casp (Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário) concluiu que presos pagavam propina a diretores de um presídio semiaberto da zona leste em troca de regalias.
O suposto esquema de favorecimentos no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de São Miguel Paulista foi revelado pelo Agora em 22 de novembro de 2010.
O caso provocou o afastamento dos três diretores do presídio.
Documentos obtidos pela reportagem apontam para a abertura de processo administrativo disciplinar, com proposta de demissão, contra três ex-diretores do presídio, além de sindicância contra dois presos.
Um deles já foi punido, e regrediu ao regime fechado, e o outro deve receber a mesma penalidade nos próximos dias. Todos negam os crimes.
Resposta
Envolvidos negam acusação de favorecimento Os três ex-diretores e um dos presos negaram em depoimento aos corregedores as acusações de favorecimento.
A advogada de Gilberto Benedito Breves, Iara Santana de Mello, negou o envolvimento de seu cliente com as irregularidades e disse não ter sido notificada sobre a conclusão da investigação dos corregedores.
A ex-diretora Soraia Cabelo Pereira disse que os depósitos em sua conta bancária "não passam de armação dos presos". "Nego tudo. Eu denunciei o caso à Promotoria antes de tudo isso acontecer."
O preso Reinaldo Silva Lima disse em depoimento que o dinheiro dado a ele por Leonardo Sardinha era o pagamento do aluguel de um imóvel de trabalho de ambos.
A reportagem não localizou advogados do ex-diretor Laércio José de Moraes Santos e do preso Leonardo Sardinha.