07/01/2012

Funai apura assassinato de criança indígena no Maranhão


Crime teria ocorrido entre setembro e outubro do ano passado, na Terra Indígena Arariboia, no município de Arame, a 469 km de São Luís


Roldão Arruda, colaborou Ernesto Batista - Agência Estado
A Fundação Nacional do Índio (Funai) vai investigar a denúncia de assassinato de uma criança indígena no interior do Maranhão. Segundo informações divulgadas na sexta-feira, 6, pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a criança fazia parte de um grupo de índios isolados, da etnia awá-guajá, e teria sido queimada viva.
Líderes indígenas ouvidos pelo Cimi atribuem o crime a madeireiros que atuam de maneira ilegal nas áreas destinadas aos índios. O assassinato teria ocorrido entre setembro e outubro do ano passado, na Terra Indígena Arariboia, no município de Arame, a 469 km de São Luís.
Ainda segundo o Cimi, o corpo carbonizado foi encontrado por índios já contatados da etnia guajajara e que dividem o território com três grupos de isolados. Ele estava em um acampamento abandonado pelos awá-guajá.
Três funcionários do escritório da Funai em Imperatriz do Maranhão viajaram hoje para a região. Segundo a assessoria da instituição, eles vão ouvir os guajajaras e tentar localizar os restos mortais da criança.
Acusação. No relato sobre o episódio, o Cimi disse que em novembro já havia informado a Funai sobre o assassinato. A assessoria da Funai negou, porém, o comunicado. Segundo a instituição governamental, foi uma fonte não identificada que denunciou, em novembro, a ocorrência de um conflito entre madeireiros e os índios isolados.
A denúncia anônima foi encaminhada à Polícia Federal, responsável pela investigação de crimes em áreas indígenas. Até agora, porém, nenhum relatório com o resultado das possíveis investigações teria sido encaminhado à direção da Funai.

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