Folha de S.Paulo

O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, é acusado de ser coautor de um esquema que, segundo o Ministério Público, desviou cerca de R$ 10,2 milhões, em valores atualizados, do governo de Rondônia para grupos de comunicação do Estado em troca de apoio político.

O jornal "Folha de S.Paulo" teve acesso às mais de 2.900 páginas do processo. Na época das irregularidades apontadas pelo Ministério Público, Raupp era governador de Rondônia (1995-1999). Ele preside o PMDB desde 2010.

O processo foi incluído na semana passada na pauta do STF (Supremo Tribunal Federal). Cabe ao presidente do órgão, Cezar Peluso, a decisão de colocá-lo em julgamento.

Raupp foi condenado em 2002, pela 1ª Vara Criminal de Porto Velho (RO), a seis anos de prisão. Por conta de sua eleição ao Senado naquele ano, o caso foi paralisado e enviado ao STF. A Procuradoria-Geral da República pede a confirmação da decisão há quase seis anos.

Os promotores afirmam que Raupp foi pressionado por "setores da mídia local, que lhe exigiam o pagamento de valores para que a imprensa tratasse com benevolência a sua administração".

O dinheiro teria sido desviado da Ceron (central elétrica de Rondônia) por meio de uma empresa fictícia em nome de sobrinhos do empresário Mário Calixto Filho, dono de uma rede de comunicação no Estado. Procurado, ele não foi localizado pela reportagem.