Folha de São Paulo
Metade dos policiais militares presos atualmente no Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé (zona norte de São Paulo), está lá por conta de envolvimento em casos de homicídios dolosos (intencionais).
É o que revela levantamento do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo.
Com 167 vagas, o Romão Gomes opera hoje com 190 policiais militares presos -14% acima da sua capacidade. A PM tem aproximadamente 90 mil policiais em todo o Estado, além de 6.000 soldados temporários.
Somente anteontem, sete policiais militares foram mandados ao presídio por causa das mortes do empresário Ricardo Prudente de Aquino, 39, no Alto de Pinheiros (zona oeste), e do estudante Bruno Vicente de Gouveia e Viana, 19, em Santos (a 85 km de São Paulo).
Segundo o juiz corregedor Luiz Alberto Moro Cavalcante, do Tribunal de Justiça Militar, 40% dos PMs presos no Romão Gomes estão condenados ou investigados sob suspeita de crimes contra o patrimônio com violência.
Nesses 40%, além de policiais acusados de roubos, principalmente de caixas eletrônicos, estão ainda PMs presos por sequestros, tráfico de drogas e crimes sexuais.
Os outros 10% são acusados ou condenados por vários crimes, a maioria típicos da função e previstos no Código Penal Militar, como favorecimento a desertor (policial que abandona a corporação).
TRANSFERÊNCIAS
Há dez dias, de acordo com Cavalcante, 13 presos que estavam no Romão Gomes, todos condenados e já expulsos da PM, foram levados a uma penitenciária em Tremembé (a 138 km de São Paulo).
Ali ficam ex-policiais civis, militares, agentes prisionais e outras categorias de servidores públicos demitidos ou não dos quadros do Estado.
Apesar da transferência, dos 190 policiais presos no Romão Gomes, em torno de 45 já foram demitidos da PM e também deverão ter como destino a prisão de Tremembé -para abrir espaço a policiais que venham a ser presos. (ANDRÉ CARAMANTE E AFONSO BENITES)
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