Ecovias descarta risco de novos deslizamentos


Para concessionária, problema foi 'inevitável', 'imprevisível' e começou a 400 metros da Imigrantes; empresa diz que não há necessidade de obras


CAIO DO VALLE - O Estado de S.Paulo
Os deslizamentos de terra que causaram a morte de uma mulher e a interdição da Rodovia dos Imigrantes por 31 horas começaram a cerca de 400 metros da estrada, perto do cume da Serra do Mar. Mas, segundo a concessionária Ecovias, vistorias feitas por geólogos, engenheiros e geotécnicos mostraram que não há riscos de novos desabamentos na região. Por isso, a via foi reaberta e só teve trânsito carregado à noite, na volta à capital .
Para o diretor-superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, o deslizamento foi "inevitável" e "imprevisível". "A origem foi em uma porção da Serra do Mar distante da rodovia. O material que se desprendeu acabou encontrando uma calha favorável para descer e passou pela rodovia. É um evento que nasceu fora." O executivo disse que técnicos constataram que "a situação global" daquele segmento de serra é "favorável" e não deve haver mais ocorrências do tipo por ali.
Algumas "cicatrizes" - trechos de deslizamentos - foram observadas em sobrevoos de helicóptero nos últimos dois dias para avaliação das condições geológicas. No fim da tarde de sexta-feira, uma tempestade fez com que lama, pedras e troncos rolassem por uma escada de contenção de enxurradas para dentro da rodovia, na altura do km 52, sentido São Paulo. O acidente foi próximo do túnel TA 10/11.
A Ecovias diz que não será preciso fazer muro de contenção ou novo caminho para escoamento da água, como havia cogitado o secretário estadual de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho no sábado. Cassaniga acrescenta que nem o túnel nem o viaduto atingido, de 40 metros de altura, tiveram suas estruturas afetadas.
Ele afirmou também que motoristas e passageiros afetados pelos bloqueios de sexta-feira na Imigrantes e na Anchieta não terão o dinheiro do pedágio ressarcido. Alguns passaram quase 12 horas nas estradas. "Foi um evento fortuito, fora das possibilidades de prestação de serviço da concessionária."
Enterro. A vítima, Lilian Aparecida de Souza, de 43 anos, morreu enquanto tentava sair do carro onde viajava com duas amigas. Seu corpo foi enterrado ontem em um cemitério da zona leste da capital. Ela era casada, tinha uma filha de 6 anos e morava no Cambuci.

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