Polícia afirma que prefeitura omitiu documentos da Kiss


Folha de S.Paulo

Santa Maria - Uma denúncia anônima sobre "sonegação" de provas, três semanas depois do incêndio na boate Kiss, levou a Polícia Civil e o Ministério Público a encontrar nos arquivos da Prefeitura de Santa Maria documentos até então desconhecidos.
Ocorrida na madrugada do dia 27 de janeiro, a tragédia matou 241 pessoas.
O arquivo trazia a informação de que, em 2009, um arquiteto da prefeitura apontou quase 30 falhas de estrutura que deveriam ser corrigidas na boate.
Delegados consideram o documento como o "mais importante" entre os papéis obtidos do município.
Apesar das falhas encontradas na estrutura, diz a polícia, a administração municipal concedeu licenças para o estabelecimento.
A informação está no relatório do inquérito policial sobre a tragédia.
A investigação foi concluída na última sexta-feira e agora está sob análise da Promotoria.
Resposta
A Prefeitura de Santa Maria negou que tenha ocorrido sonegação de documentos municipais e disse que os papéis citados pela polícia estavam em um departamento diferente dos demais.
Segundo a prefeitura, o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) ordenou "desde o primeiro momento" que todos os secretários repassassem informações sobre o caso de modo transparente.
Na última sexta-feira, o prefeito atribuiu as conclusões da polícia a uma "disputa política" e questionou a isenção de um órgão estadual para a investigação.
O peemedebista é adversário do governador Tarso Genro (PT). Schirmer classificou o inquérito como uma "aberração jurídica".

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