02/08/2013

Vereador quer criar lei para cobrar IPTU de postes em Araçariguama, SP

Moacyr Godoy deu entrada em projeto de lei na Câmara Municipal.

Concessionária diz que STF já declarou pedido inconstitucional.

Fernando CesarottiDo G1 Sorocaba e Jundiaí
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Após retirar rotatória do cruzamento, postes ficaram quase no meio da rua (Foto: Suzana Amyuni/G1)Mais uma cidade tenta lucrar com IPTU de postes,
mas empresa contesta (Foto: Suzana Amyuni/G1)
O vereador Moacyr Godoy (PRB), deAraçariguama (SP), entrou com um projeto de lei para estalecer cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pela área ocupada pelos postes e torres de energia elétrica. A CPFL Piratininga, responsável pelo fornecimento na cidade, respondeu que a medida é inconstitucional, de acordo com decisão de 2010 do Supremo Tribunal Federal (STF).
A argumentação de Godoy, que é o vice-presidente da Câmara, é que a concessionária de energia elétrica não pode ser privilegiada em relação a cidadãos comuns que pagam impostos pela área de seus terrenos. "Vai ser polêmico, mas vou em frente. Não é justo que uma empresa que ganhe milhões, preste um serviço de má qualidade e seja beneficiada", afirma o vereador.
Godoy já deu entrada no projeto, que está em tramitação pelas comissões e deve ser votado em plenário até o fim de agosto. Segundo ele, com certeza de aprovação. "Acredito que será uma votação unânime, todos os vereadores concordam comigo", afirmou. Ele disse, porém, não ter ideia do quanto a cidade ganharia com tal decisão. "É um cálculo que a prefeitura teria que fazer, mas tenho certeza de que o prefeito não vai se opor a um aumento de arrecadação."
Para a CPFL, esse aumento será igual a zero. A empresa diz, por meio de sua assessoria de imprensa, que essa demanda já é antiga, mas que em 2010 uma decisão do STF em um pedido semelhante da prefeitura de Ji-Paraná (RO) que foi recusado, decisão essa que vem sendo usada como jurisprudência por todas as concessionárias brasileiras para vencer ações desse tipo.
Além disso, a CPFL diz que parecer da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia explicado que "compete privativamente à União legislar sobre energia elétrica”. A empresa informa que ainda não tem conhecimento do projeto de lei do vereador Moacyr Godoy.

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