01/06/2016

Ministro da Saúde é vaiado; auditores lançam carta aberta em defesa do SUS; veja os vídeos

viomundo

01 de junho de 2016 às 21h25

por Conceição Lemes
De hoje a sábado, 1 a 4 de junho, acontece em Fortaleza (CE) o XXXII Congresso Nacional do Conasems.
Conasems é o Conselho Nacional de Secretários municipais de Saúde do Brasil.
O tema central, claro, é o Sistema Único de Saúde (SUS).
Participam mais de quatro mil gestores de todo país, além de trabalhadores da saúde.
O ministro interino da Saúde, o engenheiro e deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), compareceu à abertura oficial, mas não conseguiu falar.
Logo na entrada, no saguão, Ricardo Barros foi recebido por manifestantes em defesa do SUS, que o chamaram de golpista.
Ele passou correndo, de fininho, convocando de pronto os seguranças para conter o protesto.
Depois, no auditório, muitos participantes sentaram-se no chão, de costas viradas para a mesa de abertura, com Barros presente, enquanto outros, em pé, gritavam “Fora Temer”.
A cada menção ao nome do ministro ou referência às propostas de redução do SUS e congelamento dos recursos da saúde, ele recebia vaia.
Foram centenas de vaias, que viraram milhares, inclusive de secretários municipais de saúde, a ponto de ele desistir de falar.
Saiu sem dizer uma palavra, fugindo do rechaço generalizado da plateia que passou a entoar “Ministro bundão tem medo do povão”.
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Adelante — Coletivos Saúde e Democracia registrou em sua página no Facebook:
Ministro da Saúde golpista Ricardo Barros foi escrachado pelos participantes do Congresso Nacional do Conasems. Pessoal de costas para o Ministro com cartazes “não ponham a mão no SUS”. A cada citação do ministro uma onda de vaias e manifestações de repúdio. Ricardo Barros sai sem se manifestar, não abriu a boca. Policiais armados com escopetas encontravam-se a postos na saída do auditório, o que por si só foi uma manifestação de truculência só vista na ditadura militar.
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CARTA DE FORTALEZA DOS AUDITORES EM DEFESA DO SUS
Reunidos em Fortaleza desde terça-feira, os diretores do Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS/Ministério da Saúde) e os seus chefes nos estados protagonizaram um feito histórico.
Decidiram elaborar um documento inédito, corajoso. É  a Carta de Fortaleza dos auditores em defesa do SUS.     
“De antemão, são indispensáveis o fortalecimento do SUS e ampliação de recursos”,  frisa o auditor Stenio Dias Pinto Rodrigues, do Denasus /RS. “E sendo uma das preocupações o combate à corrupção,  tem de se fortalecer também o sistema nacional de auditoria do SUS e os demais órgãos  de controle.”
Carta de Fortaleza já está sendo distribuída aos participantes do Congresso.
Na prática, a carta aberta dos auditores do Denasus:
1) vai na contramão das propostas do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP), que visa o desmonte do SUS e a crescente privatização da nossa saúde pública;
2) salienta a defesa firme da manutenção dos vínculos orçamentários constitucionais;
3) não se trata de uma atitude individual, mas de uma posição aberta de um Departamento do Ministério da Saúde.
A Carta de Fortaleza é dirigida não só aos gestores e governos, mas também à sociedade.
Ela conclama a população brasileira a lutar contra as PECs (Proposta de Emenda à Constituição) 87/2015 e 451/2014, que estão no Congresso.  E a apoiar a PEC 01/2015.
Leia a íntegra da carta e vai entender por quê. Espalhe nas redes sociais, no seu bairro, no seu local de emprego.
Que ela ajude a incendiar a resistência aos ataques que o SUS  está sofrendo.
Muita luta será necessária para impedir retrocessos no SUS e na saúde da população.
O futuro da saúde pública brasileira depende de todos nós.
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