A dez dias do início dos Jogos Olímpicos Rio-2016, o que era para ser uma grande celebração mundial transformou-se num vexame olímpico, com obras inacabadas e tropas nas ruas.
Quase não se fala de atletas e competições esportivas, mas apenas dos problemas encontrados pelas delegações em metade dos 31 prédios da Vila Olímpica, dos monumentais esquemas e exercícios de segurança, do doping que ameaçou deixar de fora a Rússia, dos suspeitos de terrorismo presos na semana passada.
É um clima completamente diferente daquele do dia 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, quando, entre abraços, choro e gritos de vitória, os brasileiros comemoraram a indicação do Rio de Janeiro para receber a Olimpíada de 2016, depois de três tentativas frustradas, tornando-se o primeiro país da América do Sul a sediar o evento.
"Os Jogos Olímpicos do Rio serão inesquecíveis, pois estarão cheios de magia e da paixão do povo brasileiro", anunciou o então presidente Lula durante a apresentação da candidatura brasileira, que derrotou Madri, Chicago e Tóquio.
Um dos mais entusiasmados com a vitória do Brasil em Copenhague foi o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, agora ministro da Fazenda do governo interino de Michel Temer, que comemorou a escolha do Rio de Janeiro mostrando o bom momento vivido pelo país naquela época:
"Nós temos a 10ª maior economia do mundo e o Banco Mundial prevê que seremos a quinta até 2016. Já somos o quinto maior mercado publicitário do mundo e ainda estamos crescendo. E graças ao descobrimento do maior campo petroleiro do mundo, temos também grande reserva de petróleo. Nossa força econômica traz a certeza de que podemos ter os Jogos Olímpicos".
De lá para cá, tudo mudou, o cenário virou do avesso. Sete anos passados, o que diria Meirelles hoje ao ver o que está acontecendo no Rio de Janeiro e no nosso país às vésperas da abertura da Olimpíada?
Vida que segue.
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