No grupo palaciano, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, trabalho pelo Centrão. Logo, por Rogerio Rosso, o favorito do antigo baixo clero que, na gestão de Eduardo Cunha, ganhou um upgrade, no nome e na influência. Já o secretário do PPI, que não tem título mas tem status de ministro, Moreira Franco, trabalha pelo genro, Rodrigo Maia. O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, faz como o chefe, Michel Temer: garante que ficará equidistante.
E a oposição, que com cerca de 100 votos poderá ser um diferencial, pesando na balança a favor de um dos candidatos, também está dividida, a começar do PT. Ali, a corrente CNB, ligada a Lula, não esconde a preferência por Rodrigo Maia como melhor alternativa para derrotar o grupo de Cunha – embora Maia sempre tenha sido um antipetista fervoroso e tenha trabalhado intensamente a favor do impeachment de Dilma. A corrente Mensagem e outros grupos preferem Marcelo de Castro, do PMDB, embora Eduardo Cunha esteja atuando para impedir que o partido tenha candidato próprio. “Agora temos o presidente da República”, disse naquela manifestação pelo grupo de whatzaap da bancada, ao explicar que os outros não aceitariam o PMDB com as três coroas: Planalto, Câmara e Senado. Mas Castro até já se inscreveu e os petistas que o apoiam lembram sua independência em relação a Cunha e o fato de ter sido leal a Dilma, quando era seu ministro, deixando o cargo para assumir o mandato e votar contra o impeachment.
PT rachado, o PC do B não fica atrás. O deputado Orlando Silva e o ex-ministro Aldo Rebelo também articulam a favor de Rodrigo Maia mas a líder da minoria, Jandira Feghali, que é o do Rio como ele, não aceita apoiar um nome do PFL, identidade da qual os Democratas ainda não conseguiram se livrar.
Com racha para todo lado, as promessas de “reunificação da Casa” soam ocas. Mas quem tem mais a perder é Temer com sua base dividida. Disputas deixam sequelas, pelo menos nos primeiros meses, e Temer, se efetivado, vai precisar logo de uma base coesa para aprovar suas pautas do desmonte, que começam pela PEC do teto para o gasto público.
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