Renegociação da dívida dos Estados mostra
que governo terá dificuldade para aprovar PEC dos gastos e reforma da
Previdência, dizem analistas
Álvaro Campos e Daniel Weterman,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
11 Agosto 2016 | 05h00

Confiança no governo Temer pode enfraquecer
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O analista econômico da RC Consultores, Everton Carneiro, também considera o projeto de renegociação da dívida com os Estados insuficiente para controlar o gasto público do governo. A situação, segundo ele, pode ameaçar a confiança dada pelo mercado ao governo Michel Temer. “Se o mercado perceber que o reajuste fiscal vai ser insuficiente, a confiança tende a se esvaziar e ameaçar a única arma que o governo tem agora”, afirma Carneiro.
Como o ministro da Fazenda havia dito que esse ponto era “inegociável”, o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi considerou essa uma derrota da equipe econômica. “Mais uma vez o governo Temer teve de ceder. Isso mostra que a equipe econômica ainda não tem poder suficiente para influenciar o PMDB.”
Já o professor da UFRJ José Luis Oreiro considerou positiva a votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados pela Câmara. “Eu não acho que isso tenha enfraquecido o governo. A votação refletiu os interesses das bancadas dos Estados. Não é uma derrota que vai desestabilizar o governo Temer, mas sinaliza que mais para frente será preciso equacionar a Lei de Responsabilidade Fiscal para os Estados, com algum tipo de controle sobre o ritmo de crescimento das despesas”, comentou.
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