Fascistas “pró-escola sem partido” tumultuam audiência: “Truculência da direita veio à tona”, diz Giannazzi


26 de agosto de 2016 às 17h50

  
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Da Redação
Nessa quinta-feira (25/08), o professor e deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) realizou uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), para debater os prejuízos causados pelos projetos de lei ‘Escola sem Partido’ tanto no plano estadual quanto no federal.
No decorrer da audiência, porém, um grupo de defensores do projeto tumultuou a reunião.
Embora desde o início da sessão, Giannazi tenha afirmado que garantiria a palavra a todos os participantes, o grupo rasgou material, subiu nas cadeiras, quebrou copo de vidro, agrediu verbalmente o deputado, assim como os professores (mestres e doutores do ensino infantil ao universitário), pedagogos, pais, alunos e demais debatedores que se posicionavam contra o PL.
O parlamentar tentou, inúmeras vezes, retomar os trabalhos, sem sucesso.Giannazi encerrou, então, a audiência.
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Cibele Lima: Um grupo de jovens chegou a ir pra cima da professora aposentada Lisete Arelaro, militante da educação há mais de 40 anos ao lado de Paulo Freire. Com o dedo apontado, tentavam agredi-la verbalmente apenas pelo prazer do deboche
Cibele Lima publicou em sua página no Facebook este relato contundente sobre o que aconteceu na audiência:
Acabo de chegar de uma aula prática sobre como seria uma “escola sem partido”. Porque foi nisso que se tornou a audiência pública iniciada hoje na ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo convocada pelo deputado estadual Carlos Giannazi Psol SP. 
A atividade reuniu dezenas de educadores, estudantes e militantes da educação que, contrários ao projeto por razões óbvias, celebravam seu arquivamento na ALESP.
O plenário também estava repleto de pessoas ligadas ao “escola sem partido” (ou a serviço deste). A eles seria reservado direito de fala tal qual qualquer movimento presente, após as falas iniciais da mesa.
Porém, as falas que logo de início escancararam o absurdo do “escola sem partido”, que consiste em um ataque estratégico à democracia e à liberdade de pensamento e expressão.
Isso foi demais para aqueles que não suportam as diferenças e querem homogeneizar a educação.
Sem suportar ouvir opiniões contrárias enquanto aguardavam sua vez de fala, rapidamente o grupo dos fascistas explodiu em gritos e vaias, tirando cartazes e apitos das bolsas e partindo para cima dos membros da mesa.
Subiram nas cadeiras, quebraram copos e arrancaram cartazes do plenário. Transmitiam ao vivo em suas redes sociais o deboche.
Pessoas sem argumentos que apenas repetiam palavras como “Vai pra Cuba” (não sabem eles que os americanos já enchem as ruas cubanas?) ou nos “xingando” de comunistas (e qual o problema em ser comunista? A Constituição que eles dizem defender me garante este direito).
O desrespeito foi tamanho que um grupo de jovens chegou a ir pra cima da professora aposentada Lisete Arelaro, militante da educação há mais de 40 anos ao lado de Paulo Freire, uma das autoras dos artigos referentes à educação na Constituição de 88. Com o dedo apontado, tentavam agredi-la verbalmente apenas pelo prazer do deboche.
Enquanto isso a maior parte do plenário gritava pela volta do debate e o deputado Carlos Giannazi pedia a volta da atividade, garantindo que havia fala garantida a todos.
A própria PM veio perguntar se era necessário retirar os manifestantes, o que obviamente não foi aceito. Não pagamos nossos inimigos na mesma moeda.
A cena tragicômica se estendeu por cerca de 40 minutos até que a audiência foi encerrada em função do autoritarismo daqueles que querem, no grito, impor o silêncio dentro das nossas escolas.
“A truculência da direita veio à tona para exemplificar justamente o que se quer nas escolas com o ‘Escola sem Partido’, ou seja, que não haja o debate de ideias. O grito dos órfãos da ditadura, ouvido quando da interrupção da audiência, é a única forma de expressão mental, e a força física e intimidação, a única maneira de se fazer enganosamente respeitado”, disse Giannazi, argumentando que aquelas pessoas ‘não tiveram uma boa aula de História do Brasil’.
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