Secretário da Fazenda de São Paulo, Renato Villela negocia ida para ministério







Villela vinha sendo alvo de protestos dos agentes fiscais de renda do Estado


Um dos principais negociadores das dívidas do Estados com a União, o economista Renato Villela, secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, negocia a ida para o Ministério da Fazenda. O‘Estado’ apurou que Villela avalia trabalhar com o secretário executivo Eduardo Guardia. A assessoria do Ministério da Fazenda informou que “há conversas” para a ida de Villela, sem confirmar o cargo.
Villela deixa oficialmente a pasta em São Paulo na quinta-feira, 1º, conforme antecipou a colunaDireto da Fonte, de Sonia Racy. O governador Geraldo Alckmin anunciou que no lugar de Villela toma posse o economista Hélcio Tokeshi.

Foto: Divulgação
Renato Villela
Fazenda confirmou 'conversas' com Villela, mas não informou o cargo que o economista pode ocupar
Villela foi diretor adjunto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), secretário adjunto do Tesouro Nacional e secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2014. Assumiu a secretaria em São Paulo em janeiro de 2015 e deixa o cargo num momento complicado. Vinha sendo alvo nos últimos meses de uma série de protestos dos agentes fiscais de renda da Fazenda, responsáveis pela fiscalização e arrecadação de tributos.
Em julho, cerca de 70% dos fiscais que ocupavam cargos de confiança na secretaria deixaram suas funções, segundo o sindicato da categoria, o Sinafresp, em protesto contra o que a entidade classifica como “descaso do governo com a arrecadação paulista”. Em setembro, de acordo com a entidade, os 18 delegados tributários regionais iriam aderir ao manifesto. “A Fazenda ficou ingovernável”, disse Glauco Honório, vice-presidente do Sinafresp
O sindicato tem criticado desde o ano passado a concessão de mais de R$ 3,5 bilhões em isenções fiscais e créditos a grandes empresas com dívidas. A principal crítica recai sobre um decreto de 2011, do governador Alckmin, que concedeu os mesmos benefícios de pequenos agricultores a grandes frigoríficos. A medida foi revista em março deste ano, mas por apenas seis meses.
Em maio, em protesto contra os benefícios fiscais, a categoria já havia iniciado uma operação padrão deixando de aplicar autos de infração e imposição de multa a empresas sonegadoras de impostos em São Paulo. O resultado foi uma redução de 65% na quantidade de multas aplicadas, segundo o sindicato. Naquele mês, funcionários técnicos da secretaria entraram em greve após não conseguiram acordo com Villela sobre as reivindicações da classe, como reajuste salarial de 44% e exigência de nível superior para ocupar o cargo.
Em nota, a Fazenda nega qualquer relação entre a saída de Villela e os protestos. Afirma que o secretário saiu por “motivos pessoais”. Sobre os cargos colocados à disposição, informou que a pasta expediu comunicado ao departamento de recursos humanos para que os desligamentos fossem oficializados, mas nenhum fiscal formalizou o pedido. Também afirmou que a paralisação não afetou a arrecadação.

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