Cresce a mobilização na cidade contra PEC 55, visto que o conselho de Educação da Cidade de São Roque aprovou nota de repúdio a esta proposta do governo Temer.Lembro que duas Câmaras municipais já se manifestaram por unanimidade contra a PEC São Roque e Mairinque.Veja a nota na integra:
Nota de Repúdio à PEC 55 (antiga 241)
Conselho Municipal de Educação de São Roque
A Educação brasileira corre
o risco de regressar a patamares da década de 1990. Caso a Proposta de Emenda à
Constituição n.55 (antiga PEC 241), denominada pelo governo federal de PEC do
Teto dos Gastos Públicos, seja aprovada da maneira como foi apresentada, a
Educação perderá, nos próximos 10 anos, 58 bilhões de reais (DIEESE, 2016).
A PEC do Teto estabelece um
Novo Regime Fiscal e propõe o congelamento dos gastos públicos primários por 20
anos. Ou seja, durante esse período o recurso destinado à Educação, Saúde,
Assistência Social e Segurança seria o mesmo acrescido apenas do reajuste da
inflação.
Diante dessa polêmica
proposta, diferentes instituições e estudiosos se posicionaram contra a PEC
indicando os riscos, especialmente para as camadas populares. O médico Dráuzio
Varella registrou que “nós médicos somos contra a PEC 241. Não tem sentido a
correção ser feita às custas da inflação, por que a inflação médica, dos
serviços médicos, dos equipamentos, dos novos remédios, das novas tecnologias,
é muita mais alta”. O professor de História da Unicamp e palestrante Leandro
Karnal sentenciou que como a “educação e saúde são atividades fins do Estado.
Se você comprometer atividade fim do Estado, você está comprometendo toda a
próxima geração”. O arcebispo de Belo Horizonte, Dom Wlamor Oliveira de Azevedo
escreveu que “a PEC 241 não pode ser, simplesmente, fruto da interlocução entre
Executivo Federal e o Parlamento. Sua análise e discussão têm que se tornar um
fato político e social mais amplo, permitindo o envolvimento dos segmentos
todos da sociedade”.
Submetida à apreciação da
Procuradoria Geral da República (PGR), a PEC do Teto foi considerada inconstitucional.
Segundo o Procurador Rodrigo Janot "as alterações pretendidas são
flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independência e autonomia dos
Poderes Legislativo e Judiciário, por ofenderem a autonomia do Ministério
Público e demais instituições do Sistema de Justiça e, por consequência, o
princípio constitucional da separação dos Poderes". O representante máximo
do Ministério Público esclarece ainda que "a PEC 241 institui o Novo
Regime Fiscal pelos próximos 20 anos, prazo longo o suficiente para limitar,
prejudicar, enfraquecer o desempenho do Poder Judiciário e demais instituições
do Sistema de Justiça e, nesse alcance, diminuir a atuação estatal no combate
às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais o combate à corrupção,
o combate ao crime, a atuação na tutela coletiva, a defesa do interesse
público".
A título de ilustração, caso
a PEC do Teto tivesse sido aprovada há 10 anos atrás, em 2005, o orçamento da
Educação que hoje aproxima-se da 100 bilhões de reais, estaria em torno de 30
bilhões (DIEESE). Dessa forma, conquistas educacionais reais para a sociedade
brasileira em geral e os são-roquenses em particular estariam ameaças, como o
PROUNI, o Programa de Expansão das Universidades Públicas e a instalação do
campus Sorocaba da UFSCar, a criação dos Institutos Federais em São Roque,
Salto e Sorocaba, a entrega de ônibus escolar para diversos municípios da
região, a criação do FUNDEB e a consequente valorização dos docentes, a
liberação de verbas para a construção de creches (ex. Creche Modelo do bairro
São Rafael), o programa Mais Educação (dinheiro direto nas escolas), etc.
Diante desses riscos reais,
o Conselho Municipal de Educação de São Roque vem por meio desta manifestar-se
contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição n.55 (antiga PEC 241) e
convidar humildemente os cidadãos de São Roque e demais cidades da região para
participar e/ou colaborar com ações contrárias à tramitação dessa emenda
constitucional. Pedimos apoio nesta causa. Espalhem nossa reivindicação. Cobrem
os representantes políticos. Lutem por uma Educação pública e de qualidade.
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