Sardenberg articula o pensamento da Globo em tempos de Eike e Odebrecht

viomundo

30 de janeiro de 2017 às 23h12

  
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“Provas” recolhidas no twitter
Da Redação
Em comentário na rádio CBN, Carlos Alberto Sardenberg colocou o milionário Eike Batista no colo de Lula e Dilma.
Referiu-se a fotos publicadas nos jornais “provando” a proximidade entre o trio e disse que Eike é o exemplo descarado do capitalismo “de favor”.
Tomado por súbita amnésia, esqueceu que trabalha num império construído de braços dados com a ditadura militar.
Primeiro, a ditadura destruiu o empresário Mario Wallace Simonsen, dono da TV Excelsior, “suspeito” de proximidade com o deposto João Goulart — em seu telejornal, a extinta emissora chamou o golpe de 1964 de golpe, não de “Revolução”.
Depois, a ditadura ajudou a construir a Globo.
Deu a Roberto Marinho as concessões pretendidas e desenvolveu com dinheiro público a rede de telecomunicações que alcançou todo o território nacional, a Embratel, na qual a Globo ficou pendurada feito um parasita.
Ah, sim, para espalhar suas antenas a Globo ganhou terrenos de prefeituras e organizou as oligarquias locais em rede — hoje, na política o nome dessa rede é PMDB.
Podemos dizer sem medo de errar que a voz de Sardenberg só chega ao extremo da Amazônia graças às sementes plantadas por Roberto Marinho durante a ditadura, irrigadas com favores governamentais.
Mas, o mais espantoso no comentário de Sardenberg veio em seguida.
Não só Eike, argumentou ele, mas também as empreiteiras envolvidas na Lava Jato só se deram bem por causa de Lula.
Aqui, a amnésia é mais grave, já que é do conhecimento do mundo mineral que as grandes empresas de construção civil brasileiras foram financiadas pelas obras da ditadura militar e abasteceram fartamente os cofres de todos os partidos políticos, ou quase todos, desde então.
Para comprovar isso, basta consultar a lista da contabilidade da Odebrecht dos anos 80 (ver abaixo)!
Nela aparecem, dentre outros, o campeão da campanha das Diretas Já, Dante de Oliveira, que foi prefeito de Cuiabá, e o deputado federal e estadual Erasmo Dias, situados à época em extremos da política. Na lista, eles são respectivamente o Ceguinho e o Liquidificador, cujos nomes aparecem associados a obras da empreiteira feitas com dinheiro federal na capital de Mato Grosso e na Bahia.
A mistificação do comentário de Sardenberg seria apenas mais uma das muitas bobagens ditas por ele em rede de rádio ou TV, não estivesse o discurso a serviço de uma causa: Eike e a empreiteiras corruptas foram invenção do Lula, o Brasil está no estado atual por causa do Lula e, portanto, o PMDB, Temer e os tucanos não têm absolutamente nada a ver com isso.

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