247 - Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil e um dos nomes de maior confiança de Michel Temer, afirmou que o governo chegou ao limite nas concessões para aprovar a reforma da Previdência.
Até agora, o governo até agora fez concessões que reduzirão de 20% a 25% a economia inicialmente prevista com a reforma, em dez anos-
Pelo visto ainda não é o bastante para os deputados, que encerraram a semana pedindo uma nova dilatação do prazo de votação. "Cada dia que passa é um dia a menos", diz Padilha, em condescendente advertência.
"O ministro não demonstra preocupação com o nervosismo dos mercados diante de atrasos. Segundo Padilha, o tempo do mercado é diferente do tempo da política. 'Teve mudança no projeto original e a gente não está tendo condições de andar com mais celeridade'. Mas ainda aposta na aprovação neste semestre.
Sob investigação do Supremo Tribunal Federal (STF), Padilha reconhece que não há como 'ignorar' que a delação dos executivos da Odebrecht teve efeitos sobre o andamento das votações no Congresso, o que pode ter repercussão na tramitação da reforma previdenciária, tanto que a Câmara parou de trabalhar quando a lista de Fachin foi anunciada. Mas adverte que Câmara, Senado e Executivo têm que "continuar [a trabalhar]'.
'São coisas diferentes', afirmou o ministro em entrevista que concedeu ao Valor na tarde da última sexta-feira. 'Uma coisa é o tempo do Judiciário e outra coisa é o tempo político', disse. 'Nós temos que continuar, o governo não pode parar, tem que estar ativo todos os dias, todas as horas'. Exemplo, aliás, que adotou em relação a si mesmo: os assuntos relativos à delação da Odebrecht, Padilha entregou para os advogados, enquanto o ministro toca e trata dos assuntos de governo."
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