"Você deixaria o seu futuro e o futuro de seus filhos ser decidido por criminosos ou por pessoas com fortes suspeitas de crimes? Pois é isso que está acontecendo agora", diz o filósofo Vladimir Safatle, ao comentar a agenda de reformas conduzida por um governo recordista em corrupção e votada por um parlamento igualmente manchado; "O mesmo presidente da Câmara, sr. Rodrigo Maia foi acusado por um delator da Odebrecht de receber R$ 350 mil diretamente em casa. Como alguém com tais acusações nas costas, em qualquer reles democracia liberal no mundo, poderia continuar presidindo a Câmara e decidindo modificações constitucionais?", questiona
Safatle lembra a situação jurídica do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e diz que ele deveria ser afastado. "O mesmo presidente da Câmara, sr. Rodrigo Maia, que afirmava há alguns dias que a Justiça do Trabalho não deveria nem sequer existir, foi acusado por um delator da Odebrecht de receber R$ 350 mil diretamente em casa. Como alguém com tais acusações nas costas, em qualquer reles democracia liberal no mundo, poderia continuar presidindo a Câmara e decidindo modificações constitucionais?"
Segundo o filósofo, é preciso encontrar formas de defender a sociedade brasileira de quem usurpa o poder. "Deputados, presidentes não são 'representantes' do povo. No máximo, eles são seus 'comissários', como dizia Jean-Jacques Rousseau. Por isso, uma verdadeira democracia deveria ter, ao lado dos Poderes Executivo e Legislativo, a figura da assembleia popular a ratificar leis e apor seu aceite ou sua recusa. O povo deve ter as estruturas institucionais que lhe permitam continuamente se defender de quem procura lhe usurpar o poder."
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