l "É importante que a avaliação e as medidas [econômicas] sejam definitivas, sejam tomadas de uma forma que não leve a reversões depois de algum tempo, sejam as medidas, sejam as estimativas, sejam as metas." Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, em entrevista coletiva concedida em maio de 2016
CONTRADITÓRIO Numa das primeiras entrevistas que concedeu como ministro, Henrique Meirelles falou sobre a insegurança gerada por metas e estimativas "que são anunciadas e que depois não se confirmam". Em abril deste ano, no entanto, o ministro alterou a previsão de deficit primário para 2018: de R$ 79 bi para R$ 129 bi.
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"Nenhum dos importantes projetos, das missões do ministério, nenhuma delas, será descontinuada." Mendonça Filho, ministro da Educação, em seu discurso de posse, em maio de 2016
CONTRADITÓRIO Em abril deste ano, o Ministério da Educação decidiu encerrar o Ciência Sem Fronteiras para graduação. O ministro disse que, quando assumiu a pasta, encontrou um programa com dívidas. Solicitou, então, uma avaliação sobre o custo de manutenção das bolsas de graduação e concluiu que os 35 mil atendidos custavam uma média de R$ 100 mil por ano. Quando foi lançado, em 2011, o CSF prometia distribuir 101 mil bolsas em vários níveis de educação. Delas, 64 mil seriam na graduação.
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"Nós temos como meta (...) ter a reforma da Previdência aprovada este ano ainda [2016]." Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, em entrevista concedida em junho de 2016
CONTRADITÓRIO Eliseu Padilha disse diversas vezes que a reforma da Previdência seria aprovada até o fim de 2016. Também prometeu para o mesmo prazo as reformas trabalhista, tributária e política. Na época, Padilha disse: "Há quanto tempo não temos um governo que tem de forma permanente dois terços de apoio na Câmara e no Senado?". O texto da reforma previdenciária, no entanto, só foi enviado pelo Planalto ao Congresso no dia 7 de dezembro de 2016. No último dia 9 de maio, passou pela Comissão Especial da Câmara e aguarda para ser analisado no plenário da Casa.
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"Temos matérias importantes que precisam do apoio do Congresso para poder tramitar, como o Marco Regulatório da Mineração, que está parado há anos." Fernando Coelho Filho, ministro de Minas e Energia, em entrevista concedida em maio de 2016
DE OLHO Em junho de 2013, a então presidente Dilma enviou ao Congresso o projeto de lei 5807/2013, que "dispõe sobre a atividade de mineração, cria o Conselho Nacional de Política Mineral e a Agência Nacional de Mineração". Trata-se do "Novo Marco Regulatório". Ele está na Mesa Diretora da Câmara desde outubro de 2016, teve outros projetos anexados a ele, mas continua sem previsão para ser votado.
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"Precisamos ter um regramento para a terceirização que já existe no país. Faremos isso com amplo diálogo entre os atores envolvidos." Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho, em entrevista concedida em maio de 2016
CONTRADITÓRIO Em março deste ano, o presidente Michel Temer sancionou a Lei da Terceirização aprovada pela Câmara dos Deputados. O projeto votado na Casa havia sido apresentado em 1998. Mas os registros públicos referentes à sua tramitação mostram que não houve nenhuma audiência pública para discutir o assunto durante o governo Temer. O texto tramitou com urgência, entrou na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara três vezes e foi seis vezes para pauta do plenário até ser aprovada.
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