“Estamos percorrendo algumas capitais para debater e enfrentar os ataques do governo Temer e para pensar alternativas políticas para o país. Precisamos avançar na discussão do fortalecimento do movimento popular e a construção do MTST no Estado de Alagoas”, explicou o ativista.
Sobre uma possível reviravolta no Congresso Nacional quanto à aprovação das reformas da Previdência e Trabalhista, Boulos disse que se o parlamento tiver “juízo” não vai aprovar esses “retrocessos” para a população. “Qualquer pesquisa de opinião mostra a rejeição que chega a 90% da reforma da Previdência e 70% na reforma Trabalhista. A maioria da sociedade brasileira é firme em dizer que não quer essas reformas. Temos um governo que quer aprová-las com 5% de aprovação popular. Temos um Senado e uma Câmara Federal sob forte suspeitas. Há uma nuvem de desmoralização pairando sobre o Congresso. Então se nesse cenário com uma posição tão forte e consistente da maioria da população, os parlamentares insistirem em colocar isso em votação, eles vão pagar um preço alto, vão na verdade convulsionar a sociedade. Isso pode levar uma radicalização do conflito social no Brasil, numa proporção que a gente não viu ainda. Se tiverem o mínimo de juízo e de responsabilidade política vão entender o recado das ruas e não aprovam esses retrocessos”, analisou Guilherme Boulos.
O ativista político falou também sobre a “repressão” que o movimento sofreu por parte da polícia em alguns estados. Ele também criticou a forma como a mídia trata os participantes das manifestações, onde em muitos casos são taxados como baderneiros.
ÁREA SOCIAL
Ainda no contexto das propostas defendidas pelo governo Temer, o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, destacou que a reforma agrária será inviabilizada. “Nós tivemos no fim do ano passado aprovado por esse congresso um desastre nacional que foi a PEC 55 que prevê o congelamento dos gastos sociais pelos próximos 20 anos. Isso é algo inédito, pois nunca nenhum país do mundo teve o atrevimento de fazer isso. É de um disparate e de uma subordinação ao interesse do mercado financeiro jamais visto. Se for aplicada essa PEC, digo se for aplicada porque ela vai significar a destruição do estado brasileiro. Se ela for aplicada não tem reforma agrária, não tem reforma urbana, não tem saúde e nem educação públicas. Você inviabiliza um estado provedor de investimento social e daqui a cinco anos não tem mais nada. Então isso é autoria do governo Temer”, explicou Boulos.
Ainda segundo o ativista político, o governo Temer não tem interesse em apresentar políticas públicas que tratam das reformas urbana e agrária. “Tanto a reforma agrária, como a urbana são inviáveis, pois elas são reformas que interessariam a maioria do povo brasileiro. Mas elas estão completamente fora da agenda do governo Temer, na verdade estão fora da agenda do estado brasileiro. Esse governo com sua ilegitimidade e a sua impopularidade sequer cogita. As reformas que ele quer fazer são as contra o povo”, ressaltou.
O coordenador nacional do MTST defendeu que sem dúvidas a mobilização precisa ser constante para evitar mais descasos com o trabalhador. “Nós fizemos um grande dia de mobilização nacional em março, fizemos uma greve geral e agora em maio vamos fazer um conjunto de mobilização. Já está prevista para a segunda semana do mês uma grande ocupação em Brasília. Os movimentos sociais e milhares de pessoas vão sair do país todo para tomar Brasília”.
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