"Texto que circula pelas redes sociais".....
Até então a Câmara revelava-se alinhada às determinações do executivo. Praticamente todos os projetos elaborados no Paço foram aprovados nesses primeiros meses. O engajamento com a gestão Claudio Góes evidenciava-se pela quantidade de sessões extraordinárias e a aceitação de projeto enviado no próprio dia para votação. A título de ilustração temos a lei que determinou a reposição salarial dos servidores públicos. O projeto do executivo foi entregue na manhã de segunda-feira e votado no período noturno, impossibilitando que os edis dialogassem com o segmento e as suas bases.
Essa provável subserviência do legislativo não é novidade em cidades pequenas e de médio porte. Em muitos municípios brasileiros os vereadores “assumem” responsabilidades sociais e transformam-se em meros executores de ações assistencialistas. Por conseguinte, muitos edis procuram agradar os mandatários municipais e não se empenham em fiscalizar as ações do governo.
O estranhamento entre a Câmara de São Roque e o poder executivo iniciou, possivelmente, com o projeto que buscava regulamentar a cobrança das atividades dos trabalhadores ambulantes da cidade. Segundo alguns vereadores, a proposta encontrava-se, naquele momento, confusa e com imprecisão jurídica. Diante da situação, o prefeito solicitou a retirada do projeto – posteriormente modificado e votado.
Na sessão do dia 8 de maio, os vereadores discutiram projeto de convênio entre a prefeitura e a Sabesp - que versava sobre a transferência de responsabilidade para fechar os buracos realizados devido a obras na rede de água da cidade. Depois de debate caloroso, a proposta foi adiada, mesmo com a discordância do líder do governo. No mesmo dia, Guto Issa demonstrou indignação com a falta de apoio dos vereadores do PSDB dizendo que o prefeito Cláudio Góes estava “dormindo com o inimigo e criando cobras embaixo do travesseiro”.
Na sessão desta segunda-feira, 15, em condição de desconforto, Guto Issa utilizou poucos minutos do seu tempo para informar a sua saída da liderança. O desembarque do vereador da Rede coincide com a polêmica gerada a partir do projeto que propõe a redução no número de vereadores (de 15 para 11 cadeiras), e a diminuição de apoio popular ao governo do tucano. Não é difícil encontrar nas ruas de São Roque cidadãos afirmando que a situação na cidade não melhorou em relação ao governo anterior, inclusive alguns sentenciam que as circunstâncias pioraram. Nos últimos encontros da Câmara, os vereadores revelaram que muitos munícipes têm levado reclamações sobre a administração pública local.
Até o momento, a gestão local recebeu amplo apoio da Câmara. Com essas visíveis rusgas, surge a dúvida sobre o comportamento do neófito na política Claudio Góes. Experiente empresário e acostumado a dar ordens (como é comum na iniciativa privada), qual será o procedimento do prefeito? Perderá a sua ampla base de apoio? Romperá com alguns vereadores? A experiência no final da gestão passada demonstrou que a falta de apoio no legislativo pode paralisar a cidade. Combalida com desastres naturais e administração vacilante nos últimos anos, São Roque clama por dias melhores.
Veja a postagem do vereador Guto Issa em um grupo de nossa cidade:
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