Dono do Itaú mostra ser um dos pilares de Temer

247 - O co-presidente do Conselho de Administração do banco Itaú-Unibanco, Roberto Setúbal, e a ministra do Superior Tribunal do Trabalho Delaíde Arantes divergiram sobre a proposta de reforma trabalhista proposta por Michel Temer em debate em Oxford, na Inglaterra. Setúbal defendeu não apenas a necessidade da reforma trabalhista, como também a da Previdência e o teto de gastos do governo como "medidas essenciais para o restabelecimento da confiança e do crescimento econômico".
A ministra do TST, por outro lado, afirmou que a reforma trabalhista está sendo feita "sem se assegurar o amplo debate democrático e em momento de crise de legitimidade e de representação" do governo e do Congresso Nacional, de acordo com publicação do jornal Valor Econômico.
Delaíde Arantes afirmou que a reforma trabalhista está sendo vendida à população de forma equivocada pela mídia. Ela negou que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) esteja desatualizada já que "vários de seus artigos foram alterados desde sua promulgação" na década de 1940. Ela também criticou o fato de a reforma permitir que negociações ocorram entre trabalhadores e empresários sem oferecer garantias de que os empregos sejam mantidos em caso de divergências durante essas negociações.
Setúbal, por sua vez, disse que a "legislação é muito detalhista, muito burocrática, intervencionista ao extremo". Segundo ele, essa legislação "não favorece a criação de emprego".
O banqueiro disse que a reforma trabalhista foi a principal preocupação dos empresários que participaram de um grupo de trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado "Conselhão".
"Eu achava, talvez por uma sensação de culpa (por ser banqueiro), que os juros (altos) seriam o primeiro da lista de discussões do subgrupo. Juros altos e spreads altos. Para minha surpresa, os juros não apareceram em nenhum grupo de trabalho. Mas a necessidade da reforma trabalhista foi o primeiro ponto [entre as prioridades discutidas]", disse ele.
Para Setúbal, as reformas trabalhistas, da Previdência e o teto de gastos do governo são essenciais para o crescimento econômico.

Postar um comentário

0 Comentários