SP 247 - Em processo de negociação de um acordo de delação premiada, ainda não aceito pelo Ministério Público Federal, o empresário Henrique Constantino, acionista da Gol Linhas Aéreas, afirmou em depoimento que pagou propina para a campanha do PMDB à Prefeitura de São Paulo em 2012.
A campanha do então candidato Gabriel Chalita teria recebido parte de um total de R$ 10 milhões que foi dividido entre políticos do PMDB. Não há registro oficial de doações de empresas da família Constantino à campanha de Chalita, que perdeu a eleição para Fernando Haddad (PT).
"Após os pagamentos aos peemedebistas, a empresa Via Rondon, concessionária de rodovias que pertence à família Constantino, recebeu um empréstimo de R$ 300 milhões do FI-FGTS.
O PMDB controlava postos-chaves na Caixa Econômica Federal, que administra e libera dinheiro do fundo.
Segundo a investigação, Constantino fez contatos com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Bolonha Funaro para a liberação do aporte do fundo. Ambos estão presos na Operação Lava Jato.
Chalita também é citado em outra delação. O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse, em depoimento, que recebeu pedido de propina de Michel Temer para financiar a campanha de Chalita, em 2012. O valor acertado entre ambos, segundo Machado, foi de R$ 1,5 milhão.
Na sexta (2) Cunha protocolou na 10ª Vara Federal de Brasília 22 perguntas ao presidente Michel Temer no âmbito do processo em que é acusado de cobrar propina de empresários em troca de liberação de dinheiro do FI-FGTS. Entre elas, há questionamentos sobre doação à campanha de Gabriel Chalita, em 2012. Também citou a demanda de Constantino no FI-FGTS.
Gabriel Chalita disse que "os recursos da campanha da eleição municipal de São Paulo de prefeito, vice e vereadores vieram do PMDB nacional, que se responsabilizou pela arrecadação". Ele acrescentou que "a pequena parte arrecadada pelo comitê de campanha foi devidamente registrada no TRE e todas as contas foram aprovadas pelo TRE de São Paulo".
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