247 - O presidente do presidente do Conselho de Administração do Insper, Claudio Haddad, afirma em entrevista ao Estado de S. Paulo neste domingo, 25, que a instabilidade política não tem data para acabar e que a economia não melhora no curto prazo.
"A economia já está em compasso de espera. Não vejo como a economia vai reagir tão cedo. Não vejo nenhuma fórmula mágica que faça com que, repentinamente, as reformas sejam rapidamente aprovadas, do jeito como o mercado gostaria, e que a gente tenha a retomada da confiança e dos investimentos. Isso só vai acontecer quando voltarmos a ter a sensação de continuidade", disse Haddad.
Segundo o economista, Michel Temer fica mais fraco a cada a dia o que inviabiliza a aprovação das reformas; "Se isso vai chegar num ponto de ruptura, que a tensão fique tão forte, seja no aspecto legal, seja no aspecto popular, e leve a uma renúncia, o mais adequado seria nomear um interino. Já temos eleições marcadas para o ano que vem. Não vejo por que antecipar eleições. Já tivemos interinos. Foi assim quando Getúlio Vargas se suicidou, quando Jânio renunciou. As instituições seriam preservadas", afirma.
Claudio afirma que, sob Temer depois da Lava Jato, a imagem do Brasil, em geral, piorou. "Mas muita gente racional vê o lado positivo: qual País emergente está fazendo uma limpeza dessas e as instituições funcionam de forma admirável? Os juízes trabalham. Políticos são investigados e presos. Os empresários idem, não importa o tamanho de suas empresas. Mas veja bem. Não foi nenhum 'oh Meu Deus!' Ninguém foi surpreendido pela relação incestuosa entre governo e alguns empresários. Mas tenho uma visão otimista. Estamos melhores."
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