247 - O esquema investigado pela operação "Barão de Gatuno", que envolveu a Polícia Civil do Rio e o MP (Ministério Público) fluminense, apura desvios de até R$ 70 milhões originários da compra de cotas da Usina Serra do Facão, em Goiás, que foi adquirida por Furnas. E, 2008, quando Furnas comprou 29% da usina por R$ 80 milhões da Serra da Carioca 2, sócia da estatal, a empresa era comandada por um indicado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo os investigadores, o negócio só foi viabilizado após Cunha interferir em medidas provisórias que mudaram a legislação do setor. "Foi feita uma emenda que permitiria que Furnas tivesse participação superior a 50%. E, logo em seguida Furnas, adquiriu as ações da Serra Carioca 2 por R$ 80 milhões", disse o delegado da Delegacia Fazendária (Defaz), Gilberto Ribeiro.
"Em questão de alguns meses, um investimento de R$ 7 milhões teria se tornado um retorno de cerca de R$ 80 milhões. Tudo isso faz parte de um levantamento inicial. Hoje fizemos essa operação simplesmente para colher provas, fizemos o cumprimento de mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo", detalhou o delegado.
Nesta quinta-feira (8), endereços ligados ao ex-presidente de Furnas Carlos Nadalutti Filho e ao ex-diretor da companhia Dimas Toledo foram alvos de mandados de busca e apreensão. Ao todo, foram cumpridas 25 ordens judiciais no Rio de Janeiro e outras oito em São Paulo. A Operação Barão de gatuno é a primeira em âmbito estadual decorrente da Lava Jato e teve como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.
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