Preço do gás sobe e será revisto todo mês



Alta para o botijão nas refinarias será de 6,7%; com a nova política para o gás de cozinha, Petrobrás quer voltar a lucrar com o produto






Fernanda Nunes, O Estado de S.Paulo
07 Junho 2017 | 10h27
Petrobrás vai revisar o preço do gás de botijão todo mês, para cima ou para baixo. Hoje, o combustível ficará 6,7% mais caro nas refinarias. Se integralmente repassada ao consumidor, a alta será de R$ 1,25 por botijão. Mas é possível que o aumento seja maior, pois dependerá da decisão de distribuidores e revendedores, que juntos da estatal formam a cadeia fornecedora. 

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Preço nas refinarias deve subir 6,7%
Com a nova política de preços, a Petrobrás pretende voltar a lucrar com a venda do gás de botijão, após longo período em que foi subsidiado, durante o governo petista. O gás de cozinha é utilizado pela população mais pobre e tem peso relevante no cálculo da inflação. 
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 ganho da Petrobrás será de 5% sobre a venda para uso residencial. “É um bom nível (de margem de lucro) para a empresa”, disse o presidente da petroleira, Pedro Parente. Mas, como a fórmula de cálculo do preço considera outras variáveis – a cotação da matéria-prima na Europa e o dólar –, é possível que o ajuste para o consumidor seja maior ou menor que esse.
Mesmo adotando uma política de reajuste mensal, nos moldes da gasolina e do óleo diesel, a Petrobrás admite que o produto para uso residencial terá preços inferiores aos cobrados da indústria e do comércio. 
Pelas contas do Sindigás, representante das distribuidoras, a Petrobrás cobra 15% menos pelo botijão do que possíveis concorrentes importadores. Já o combustível para uso industrial e comercial está cerca de 50% mais caro do que no mercado internacional.
A nova política de preços, segundo o Sindigás, “penaliza setores que já atravessam momento de grave crise econômica”. A Petrobrás diz que “não informa preços praticados por produto ou eventuais diferenças entre eles, pois exporia estratégias comerciais da companhia.”

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Apesar das críticas, o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, elogia a adoção de uma fórmula de reajuste mensal que dá previsibilidade ao mercado e estimula investidores em infraestrutura que tenham interesse em importar o combustível. 
Desinvestimento. A mudança também ajuda a Petrobrás a atrair para as refinarias, segundo Parente. As refinarias foram incluídas no plano de desinvestimento e formação de parcerias, que prevê a venda de US$ 21 bilhões em ativos até fim de 2018.
A ideia é demonstrar independência política a potenciais parceiros e que a Petrobrás não está mais sendo usada como instrumento de política social. Parente diz, no entanto, que não anunciará tão cedo desinvestimentos em refino. “Não temos definição do modelo e esperamos por essa definição em breve”. 

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