Rombo recorde nas contas vai inviabilizar meta fiscal de Meirelles

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O resultado das contas do Tesouro Nacional, o pior desde há 20 anos, não é apenas ruim.
É desastroso.
É que os cinco primeiros meses do ano são, sempre, a época de conseguir acumular “banha” para queimar no segundo semestre, quando as receitas são menores e as despesas bem maiores.
Você pode ter uma ideia do que representam os R$ 35 bilhões de déficit acumulado no ano (janeiro a maio) se comparar com os números do mesmo período  em 2013 ( + R$ 33 bi), 2014 (+R$19,2 bi), 2015 (plena crise, + R$ 6,5 bi) e 2016 (zorra total, déficit de R$ 23,7 bi). São valores reais, deflacionados a preços de hoje darão valores maiores para os superávits e de R$ 24,7 bi para o déficit de 2015.
Não há a menor expectativa – nem com toda a conversa sobre retomada – de que as receitas melhorem significativamente. Mesmo na programação orçamentária do Governo, feita com valores de arrecadação que não estão se confirmando, não há mais nenhum mês com previsão de superávit.
E não é por falta de corte nas despesas, este fetiche recessivo de governos medíocres: as despesas totais caíram 1,1% em termos reais no acumulado dos cinco primeiros meses de 2017. Foram cortados R$ 2,2 bi de abono salarial/seguro-desemprego,  menos R$ 4,1 bi em subsídios, subvenções e no Proagro, e R$ 3,5 bi de compensações por desonerações tributárias, além de R$ 20 bi em gastos e investimentos de todos os órgãos públicos.
É porque a receita real cai, proporcionalmente, o triplo:  cerca de 3,3% reais em comparação com o período janeiro-maio de 2016, quando o país estava mergulhado na crise do impeachment de Dilma Rousseff.
O Governo precisa de algo acima de R$ 50 bilhões de receitas extras para se manter na meta de déficit de R$ 140 bi prevista pela ex-“equipe dos sonhos”.
As contas viraram pesadelo.

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