Temer, enfim, faz algo de bom: afoga João Doria

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A conclusão não é minha, mas da turma do Diego Mainardi: João Dória está recebendo o “abraço de afogado” do PSDB dividido entre os que não querem sair do Governo Temer, os que fingem querer sair (mas querem seguir apoiando tudo o que ele faz) e uma parcela se diz indecisa, o que permite a tradução de “fico, mas não espalhe isso”.
O líder do “fico”, reporta a Folha, é Aécio Neves, segundo o jornal explica pelo patriotíssimo motivo de que, rompidos os tucanos com o PMDB, este não o ajudaria a livrar-se da cassação.
Se não me engano, a última vez que vimos este expediente ser usado foi quando Eduardo Cunha exigiu os três votos do PT no Conselho de Ética para não dar curso ao impeachment de Dilma.
Mesmo na improvável hipótese de declarar um rompimento formal com o Governo Temer, o PSDB terá de enfrentar as provas práticas.
Terá, por exemplo, de mostrar a cara quando a Câmara votar o pedido para processar o chefe do Governo.
Idem quando, recebida a denúncia pelo STF, decidir pela sustação do processo de seu agora auto-enclausurado presidente de partido.
A todas estas fica sujeito João Doria, que vai perdendo espaço para o espertíssimo Jair Bolsonaro, que, diante do processo de Temer, “marinou”, virou mudo.
Mal se ouve ou lê qualquer palavra dele sobre isso. Segue país afora reunindo seus fanáticos, em reuniões que se assemelham a cultos de exorcismo, pregando o uso de armas, a cadeia generalizada e um regime de força.
A direita brasileira, como dito ontem aqui, colocou em marcha um processo do qual perdeu o controle e está sendo empurrada para o chiqueirinho de um proto-fascista.
Ou melhor, de outro, sem a elegância de um Ralph Lauren, versão 2.0 de um herói dos descamisados.
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