Rio 247 - Em crise, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizou neste domingo a primeira etapa de seu vestibular.
Os números traduzem a penúria que vive a instituição, que passa pela mais grave crise de sua história e tem uma ameaça de greve que poderá atrasar ainda mais o início do ano letivo.
Dos 37.195 mil inscritos na prova, apenas 33.335 compareceram, uma abstenção de 10,38%. Em relação ao ano passado, o número de participantes caiu 54,7%. A precarização da universidade e o calendário irregular de aulas foram os principais motivos para afastar boa parte dos candidatos. A penúria do estado também suspendeu a seleção para o curso de oficiais dos bombeiros, que, pela primeira vez em 19 anos, deixou de ser feita junto com o vestibular da Uerj. Com os salários atrasados, funcionários e professores da universidade já avisaram que só voltam ao trabalho quando os vencimentos forem pagos.
Fundada em 1950, a Uerj enfrenta as consequências da crise financeira do estado. As aulas do segundo semestre de 2016 começaram somente em 10 de abril, com oito meses de atraso. O período letivo também foi reduzido a 13 semanas e terminou na última sexta-feira. A previsão era que as aulas do primeiro semestre de 2017 — numa versão reduzida, apenas com três meses — começassem no dia 1º de agosto, mas os professores já decidiram, em assembleia geral, que vão entrar em greve, caso o governo não pague os vencimentos atrasados.
De R$ 1,1 bilhão previsto para o orçamento de 2017, a reitoria da Uerj recebeu, até a última sexta-feira, R$ 420,3 milhões (38,2% do total), de acordo com a Secretaria estadual de Fazenda.
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