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olunista Janio de Freitaschama a atenção para o aspecto político da disputa entre Michel Temer e seu ministro da Fazenda, que vai muito além de divergências sobre os rumos econômico do país.
"Iniciada antes das eleições de 2014, a disputa pela Presidência em 2018 volta a ser predominante no processo político. Já bem notada, a contrariedade mútua de Michel Temer e Henrique Meirelles não decorre da aparente divergência de concepções econômicas entre o ministro da Fazenda e o grupo do Planalto. O jogo é apenas de política, enquanto o país se desconstrói sob a propaganda de que "a recuperação começou".
(...)
Antes de desligar-se do PSDB para entrar no governo Lula, e antes mesmo de entrar no PSDB, o Henrique Meirelles retornado de longa vida como banqueiro nos Estados Unidos planejou candidatar-se à Presidência (posso fazer tal afirmação porque, na época, uma assessoria contratada por Meirelles me procurou para um encontro que não aconteceu). Aspiração dessa grandeza não morre jamais, José Serra que o diga. O êxito na recuperação do crescimento econômico é, porém, a única possibilidade hoje perceptível para uma tentativa da ambição de Meirelles. Logo, para ele é indispensável a preservação do que lhe parece a maneira de chegar a tal êxito, não importa o que, quem e quantos caiam pelo caminho.
O tabuleiro em que Henrique Meirelles e Michel Temer passaram a jogar é o da política. Um e outro tornam-se seus piores antagonistas. Entre um e outro, a economia do país de 200 milhões de pessoas é um dispositivo de fazer política."
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