247 - O empresário Adir Assad disse em seu depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro, que empreiteiras pagaram propinas para que ele não delatasse os esquemas de desvios e irregularidades em seu depoimento à CPI do Cachoeira, em 2012. Segundo Assad, a construtora Andrade Gutierrez teria pago R$ 30 milhões para que os questionamentos feitos a ele não fossem contundentes. A informação teria sido repassada a Assad pelo ex-executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra.
"Ele deve ter passado o chapéu com outras empreiteiras. Cheguei lá, todos os deputados estavam no celular, para não fazer perguntas. Parece que fui lá fazer uma palestra", afirmou o empresário em seu depoimento no processo que trata do repasse de suborno para dirigentes da estatal Eletronuclear pela empreiteira.
"Gerei R$ 1,7 bilhão de propina", disse Assad em seu depoimento. Segundo ele, PSDB e PT foram alguns dos partidos beneficiados pelo esquema operado por ele. Assad atuava na produção de grandes shows, incluindo artistas internacionais, e fazia uso de uma rede de empresas de fachada que eram subcontratadas pelas empreiteiras com o objetivo de movimentar o dinheiro da propina.
"Por causa do relacionamento com os bancos, tínhamos facilidade de pegar dinheiro na boca do caixa", destacou.
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