26 de setembro de 2017 às 20h43
As máscaras cairão
por Doutor Rosinha, especial para o Viomundo
Uma especulação tem dominado nos últimos dias os bastidores da cena política paranaense: a discussão se procuradores da Lava-Jato, como o “mocinho” Deltan Dallagnol e o negociador da operação, Carlos Fernando dos Santos Lima, tidos na opinião pública como bastiões da moralidade, oficializariam seu ingresso na política e disputariam cargos legislativos nas próximas eleições no estado.
A especulação não é tão inocente ou espontânea quanto parece, visto que até pesquisas e sondagens eleitorais já submetem esses nomes à apreciação popular e os colocam no foco central das atenções da opinião pública.
Costumo sempre olhar no entorno das polêmicas e superexposições repentinas para tentar encontrar o que possa passar desapercebido, enquanto nos preocupamos em embarcar nessas questões e aguardar as respostas.
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) citados e o próprio juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro, já se encontraram diante dessas perguntas sobre suas supostas candidaturas a carreiras políticas no estado, em quantidade de indagações que se não chega à exaustão, contribui para naturalizar o assunto.
Nisso, a imprensa é sagaz também em nos questionar. Na última semana, fui procurado por veículos da imprensa grande para manifestar minha opinião sobre essas especulações e hipóteses.
Tenho dito que a confirmação dessas candidaturas seria benéfica ao esclarecimento da sociedade. Pois desmascararia de vez as intenções políticas que permeiam as investigações da Lava Jato e as razões de tanta seletividade na condução da Operação. Além das inúmeras perguntas que gostaria de ver respondidas em público por essas candidaturas.
Em poucos dias, saberemos ao menos se as negativas ou a falta de respostas claras por parte dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato são verdadeiras ou fazem algum sentido.
É que vencerá no início do mês que vem o prazo para que as pessoas que almejam disputar um cargo eletivo em 2018 se filiem a partidos políticos da sua conveniência ou interesse. Pela lei eleitoral, só podem concorrer pessoas filiadas, no mínimo, um ano antes do pleito.
Até lá, sigo de olho no que se esconde por trás da cortina de fumaça que o tema levanta na cena política do Paraná.
Doutor Rosinha é presidente do Diretório estadual do PT do Paraná.
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