27/09/2017

Vice de Alckmin votou para PSB fechar questão a favor da denúncia contra Temer


Por 67 votos a 1, diretório nacional decidiu fechar questão a favor da denúncia por organização criminosa contra Temer e ministros

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Igor Gadelha, O Estado de S.Paulo
26 Setembro 2017 | 19h38
BRASÍLIA - Aliado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o vice-governador paulista, Márcio França, foi um dos integrantes da direção do PSB que se posicionaram a favor do fechamento de questão para obrigar os deputados do partido a votarem na Câmara pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Ele também votou a favor de trocar parlamentares da sigla pró-Temer que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro local em que a denúncia será analisada na Casa.
Como mostrou há pouco o Estadão/Broadcast, o diretório nacional do PSB decidiu, por 67 votos a 1, fechar questão a favor da denúncia contra Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e por obrigar a líder do partido na Câmara, deputada Tereza Cristina (MT), a trocar dois dos quatro parlamentares da sigla que integram a CCJ e que votaram pela rejeição da primeira acusação contra o peemedebista. O único voto contrário foi o do ex-senador e ex-deputado Ademir Andrade (PSB-PA).
O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) Foto: Marco Ambrosio
Primeiro vice-secretário nacional de Finanças do PSB, França já tinha se posicionado a favor do fechamento de questão do partido durante a análise da primeira denúncia contra Temer na Câmara. Ele é ligado a Alckmin, que foi acusado por auxiliares de Temer no Palácio do Planalto de ter trabalhado a favor da aceitação da primeira acusação, após quase toda a bancada do PSDB de São Paulo votar pela abertura de investigação contra o presidente da República, em agosto deste ano. Procurado, França não atendeu as ligações.

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Assim como França, votaram a favor das duas decisões do PSB hoje os governadores Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), vice-presidente de Relações Institucionais da legenda, e Ricardo Coutinho (Paraíba), vice-presidente para Políticas Públicas, além do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, primeiro secretário nacional do PSB. A decisão atendeu à reivindicação dos deputados, que entregaram documento com o pedido, com apoio de 22 dos 36 integrantes da bancada do partido na Câmara.
Atualmente, dos 66 membros titulares da CCJ, quatro são do PSB. São eles: Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT), Julio Delgado (MG) e Tadeu Alencar (PE). Segundo Delgado, a direção do partido obrigará a líder da sigla, deputada Tereza Cristina (MS), a substituir Forte e Garcia, que votaram a favor de Temer na primeira denúncia. Eles devem ser substituídos por Danilo Cabral (PE) e Gonzaga Patriota (PE), atualmente suplentes da comissão e que votaram pela aceitação da primeira denúncia no plenário da Câmara.
Nessa segunda-feira, 25, Forte chegou a pedir para deixar o posto de vice-líder do governo na Câmara. Ele e Garcia são alguns dos parlamentares do PSB que negociam filiação ao DEM e que têm criticado a ofensiva do PMDB aos pessebistas que articulam a migração para a legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). No ofício em que pediu para deixar o posto, o deputado cearense disse que precisava de "isenção" para analisar a denúncia, já que era membro da CCJ.
Na primeira denúncia contra Temer, o PSB também fechou questão para obrigar seus parlamentares a votarem pela abertura de investigação contra o presidente. Apesar do fechamento, 11 deputados da legenda votaram a favor de Temer, ou seja, para barrar a denúncia, entre eles, a própria líder da sigla na Câmara. A maioria (22 deputados), porém, votou pela aceitação da acusação. Os outros se ausentaram da votação. 


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