Por 67 votos a 1, diretório nacional decidiu fechar
questão a favor da denúncia por organização criminosa contra Temer e ministros
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Igor Gadelha, O Estado de S.Paulo
26
Setembro 2017 | 19h38
BRASÍLIA - Aliado do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o vice-governador paulista,
Márcio França, foi um dos integrantes da direção do PSB que se posicionaram a
favor do fechamento de questão para obrigar os deputados do partido a votarem
na Câmara pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
Ele também votou a favor de trocar parlamentares da sigla pró-Temer que
integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro local em que a denúncia
será analisada na Casa.
Como mostrou há pouco o Estadão/Broadcast, o diretório nacional do PSB decidiu, por 67 votos
a 1, fechar questão a favor da denúncia contra Temer apresentada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) e por obrigar a líder do partido na
Câmara, deputada Tereza Cristina (MT), a trocar dois dos quatro parlamentares
da sigla que integram a CCJ e que votaram pela rejeição da primeira acusação
contra o peemedebista. O único voto contrário foi o do ex-senador e ex-deputado
Ademir Andrade (PSB-PA).
O
vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) Foto: Marco Ambrosio
Primeiro
vice-secretário nacional de Finanças do PSB, França já tinha se posicionado a
favor do fechamento de questão do partido durante a análise da primeira
denúncia contra Temer na Câmara. Ele é ligado a Alckmin, que foi acusado por
auxiliares de Temer no Palácio do Planalto de ter trabalhado a favor da
aceitação da primeira acusação, após quase toda a bancada do PSDB de São Paulo
votar pela abertura de investigação contra o presidente da República, em agosto
deste ano. Procurado, França não atendeu as ligações.
Assim como França,
votaram a favor das duas decisões do PSB hoje os governadores Rodrigo
Rollemberg (Distrito Federal), vice-presidente de Relações Institucionais da
legenda, e Ricardo Coutinho (Paraíba), vice-presidente para Políticas Públicas,
além do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, primeiro secretário nacional do PSB.
A decisão atendeu à reivindicação dos deputados, que entregaram documento com o
pedido, com apoio de 22 dos 36 integrantes da bancada do partido na Câmara.
Atualmente, dos 66
membros titulares da CCJ, quatro são do PSB. São eles: Danilo Forte (CE), Fábio
Garcia (MT), Julio Delgado (MG) e Tadeu Alencar (PE). Segundo Delgado, a
direção do partido obrigará a líder da sigla, deputada Tereza Cristina (MS), a
substituir Forte e Garcia, que votaram a favor de Temer na primeira denúncia.
Eles devem ser substituídos por Danilo Cabral (PE) e Gonzaga Patriota (PE),
atualmente suplentes da comissão e que votaram pela aceitação da primeira
denúncia no plenário da Câmara.
Nessa segunda-feira,
25, Forte chegou a pedir para deixar o posto de vice-líder do governo na
Câmara. Ele e Garcia são alguns dos parlamentares do PSB que negociam filiação
ao DEM e que têm criticado a ofensiva do PMDB aos pessebistas que articulam a
migração para a legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). No ofício
em que pediu para deixar o posto, o deputado cearense disse que precisava de
"isenção" para analisar a denúncia, já que era membro da CCJ.
Na primeira denúncia contra Temer, o PSB também
fechou questão para obrigar seus parlamentares a votarem pela abertura de
investigação contra o presidente. Apesar do fechamento, 11 deputados da legenda
votaram a favor de Temer, ou seja, para barrar a denúncia, entre eles, a
própria líder da sigla na Câmara. A maioria (22 deputados), porém, votou pela
aceitação da acusação. Os outros se ausentaram da votação.
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