A repórter Elisa Martins, de O Globo, publica uma informação que é espantosa e inadmissível, se verdadeira:
O Comando Militar do Sudeste tomou conhecimento da determinação de Temer pelo pronunciamento do presidente na televisão. Até 14h, não havia nenhuma ordem do comandante das Forças Armadas para iniciar operações de desbloqueio das rodovias paulistas.
De novo? Sim, porque a primeira vez que a “jogada de meste” de usar os militares foi feita, na intervenção na segurança do Rio de Janeiro, a “batata quente” foi jogada sem prévio aviso no colo do general Walter Braga Netto em plena volta do Carnaval e ele teve de suportar as cobranças por uma inação necessária, até que houvesse algum planejamento.
Francamente, é impossível que o Gover não tivesse um plano de contingência desde, pelo menos, segunda ou terça feira e mais ainda que não soubesse o que todo mundo sabia, ou seja, que uma parcela – neste caso, a quase totalidade dos que fazem os bloqueios – não iam responder dócil e obedientemente a lideranças que não lideravam nada e que aceitaram o acordo de ontem à noite.
Já é um absurdo que a ação militar tenha sido anunciada antes de realizar-se, por tirar a surpresa do movimento de tropas, que facilitaria a dispersão dos manifestantes. Mas é incompreensível que nem mesmo a oportunidade de mobilizar os recursos necessários para entrar em “ordem de marcha” tenha sido dada às Forças Armadas.
Ou alguém acha que estas coisas podem ser feitas no improviso, com o comandante descendo ao pátio do quartel, dando um assobio e dizendo: “moçada, pegue o fuzil e vamos lá acabar com esta bagunça!”.
A noite está se aproximando, os pontos de bloqueio se contam às dezenas ou às centenas, as vias de acesso podem ser bloqueadas para o trânsito de automóveis e ônibus em pleno horário do rush, dificultando o deslocamento de tropas e veículos militares, que não vão sair passando por cima de fileiras de veículos.
O Governo está fazendo de tudo para isso virar um desastre.
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