247 - "Uma parcela dos caminhoneiros autônomos não se sente representada pelo acordo firmado por alguns representantes da categoria e o governo federal nesta quinta (24). Nas listas de WhatsApp que reúnem esses profissionais (e que tiveram papel fundamental na eclosão da paralisação), há muita insatisfação pelo que constatou este blog", escreve o jornalista Leonardo Sakamoto.
Segundo ele, "muitos acham que o acordo beneficia mais as empresas de transporte de cargas e não os autônomos. E demandam a redução 'de verdade' no preço do diesel, seja pela Petrobras, pela via queda da incidência do PIS/Cofins pelo governo federal ou por qualquer outro caminho. E também a queda no valor dos pedágios e a garantia de estabilidade no repasse de flutuações de alta do preço internacional do diesel (que aumentam o custo do frete e reduzem a margem de lucro durante um serviço já contratado) para além dos 30 dias prometidos pelo governo".
"A pauta básica é, portanto, redução dos custos. Pois, com o que sobra, segundo os caminhoneiros, não é possível manter a dignidade que ficou mais cara (quem diz que o custo de vida não aumentou, não depende de salário) e mais difícil (com o crescimento da concorrência, pela expansão das frotas). Ou seja, insatisfação cozida em diversas instâncias da vida e canalisada na única forma que conhecem: parando de dirigir", diz.
Segundo o jornalista, "a possibilidade de conexão de trabalhadores através de serviços de mensagens instantâneas coloca em cheque a própria ideia de representatividade e dificulta o estabelecimento de acordos da forma tradicional, entre associações patronais, sindicatos e governos. Com isso, acordos não são mais debatidos apenas em assembleias, com presença de uma parcela da categoria decidindo pelos demais".
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