Da Redação
O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, subiu três pontos em relação à pesquisa anterior do Datafolha e atingiu 16%, contra 28% de Bolsonaro (tinha 26% no levantamento anterior).
Haddad foi o único candidato a crescer fora da margem de erro. Já lidera no Nordeste com 26%.
O petista aparece 3 pontos adiante de Ciro Gomes, do PDT, que parou nos 13%.
Em seguida estão Geraldo Alckmin — também estagnado — com 9% e Marina Silva com 7%.
A rejeição a Bolsonaro está em 43% e a de Haddad em 29%.
Numa projeção de segundo turno, eles estão empatados.
Ciro Gomes é o único que vence todos os adversários no segundo turno (45% a 39% contra Bolsonaro).
Ao longo do dia, foi forte a repercussão da notícia de que o economista que é chamado de “o Posto Ipiranga de Bolsonaro”, Paulo Guedes, pretende reduzir o imposto dos ricos e aumentar o dos mais pobres, de acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
A proposta não consta do vago programa econômico de Bolsonaro.
Economista de Bolsonaro quer reduzir IR dos ricos e aumentar o dos pobres
Paulo Guedes propõe aumentar para 20% a alíquota de quem ganha até R$ 3.938 e reduzir a dos mais ricos para o mesmo percentual
São Paulo – O economista Paulo Guedes, provável ministro da Fazenda em caso de vitória do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), anunciou ontem (18) proposta para aumentar a alíquota do Imposto de Renda (IR) para os mais pobres e reduzir a alíquota dos que ganham mais, criando uma taxa única de 20% para todas as pessoas físicas ou jurídicas.
Além disso, seria eliminada a contribuição patronal para a Previdência Social, aplicada sobre a folha de salarial, e que atualmente tem a mesma alíquota de 20%.
Na prática, considerando o sistema atual, seriam extintas as alíquotas de 7,5%, para quem ganha de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65, e de 15% para quem ganha entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05.
Todos passariam a ter 20% de seus salários brutos descontados mensalmente.
Da mesma forma, quem ganha salários maiores — e que tem descontado 27,5% a título de imposto de renda — teria a alíquota do imposto reduzida para 20%, inclusive as empresas.
Guedes também falou em criar um novo imposto sobre movimentações financeiras, nos moldes da extinta CPMF.
Ele apresentou a proposta em encontro de empresários organizado pela GPS Investimentos, especialista em gestão de grandes fortunas.
As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
Para o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Grzybowski, a proposta vai prejudicar a população de baixa renda em benefício dos mais ricos.
“É totalmente injusto. Ela devia ser maior para quem ganha mais. A sociedade não tem o mesmo padrão de renda e está longe de estar próximo. Cobrar a mesma alíquota é penalizar os mais pobres. Como já ocorre com o ICMS, que o ricaço paga o mesmo imposto, na compra de um feijão, por exemplo, que o cara que ganha Bolsa Família”, afirmou.
A proposta não consta do Programa de Governo de Bolsonaro.
No documento constam apenas a redução massiva de impostos e, de certa forma, o fim do atual regime de previdência pública, com migração para um sistema de capitalização.
Também está presente, de forma superficial, a simplificação dos impostos, aliada a programas não especificados de “desburocratização e privatização”.
O programa de governo do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, vai à direção oposta.
Propõe um reajuste na tabela do Imposto de Renda, com isenção para aqueles que ganham até cinco salários mínimos (R$ 4.770,00), com consequente aumento para os chamados super ricos, que pouco ou nada pagam hoje.
A proposta fala sobre a retomada da cobrança de impostos sobre lucros e dividendos, extinta durante o governo FHC, e também prevê a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Ciro Gomes, candidato pelo PDT, propõe a simplificação dos impostos , com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unifica outros tributos.
O texto prevê ainda a redução do Imposto de Renda das empresas, com consequente diminuição dos impostos relacionados ao consumo, como PIS/Cofins e ICMS.
Por fim, o retorno da taxação de lucros e dividendos e o aumento da cobrança de tributos sobre heranças e doações.
O candidato tucano Geraldo Alckmin é um dos que menos fala sobre reforma tributária.
Nada diz sobre a necessidade de uma maior justiça fiscal, apenas aponta para a simplificação da arrecadação.
“Simplificar o sistema tributário pela substituição de cinco impostos e contribuições por um único tributo: o Imposto sobre Valor Agregado (IVA)”, afirma o texto.
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